Sobral, 1919: literatura histórica protagonizada por eclipse solar

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Conheça a história de José, personagem principal da obra “De Sobral à Índia”, e entenda como o famoso fenômeno astrológico transformou o destino do simples garoto nordestino

6 minutos e 51 segundos. Foi esse o tempo que durou o famoso eclipse solar de Sobral, em 29 de maio de 1919. O evento, que comprovou a Teoria da Relatividade do cientista Albert Einstein, é o ponto central da obra De Sobral à Índia, do engenheiro e escritor Fabrício Surya.
Protagonizado por José, o livro aborda a trajetória desde que os pais dele se conheceram à pré-adolescência do garoto. A palavra família ganha um novo conceito quando chega a Sobral um coronel inglês, William Trent Johan, para “observar” o eclipse.
A bagagem do estrangeiro não chegou ao interior cearense somente com roupas: traz uma missão discreta e as experiências vividas na Índia, quando foi obrigado a servir em Calcutá – algo que o transformou para sempre. Ao encontrar o pequeno José, o destino também traz decisões difíceis e novos rumos para a vida do coronel William e sua esposa brasileira.
Por fim, desembarcando por último, vinha um homem branco, alto e com cabelos grisalhos. Vestia uma farda discreta, quase um terno comum.  Seu bigode era proeminente, como o broche de sua patente militar presa no peito. Antes de deixar o último degrau, colocou seu chapéu. Seu nome era William Trent Johan, coronel inglês, casado com uma brasileira, Susete Barbosa, enfermeira por vocação. Ambos se conheceram em meados do passado ano de 1918, durante os trabalhos realizados no hospital brasileiro na França, por conta da 1ª Grande Guerra, quando o Brasil apoiou a tríplice entente. Sua esposa apareceu na porta de descida logo após ele pisar no solo sobralense. (De Sobral à Índia, pág. 199)
Além do fenômeno astrológico, a obra conta com outra característica celestial: o narrador. Quem conta a história é São Paulo, diretamente do Paraíso. Ao caminhar pelo Éden, o santo encontra Félix, um rapaz desanimado ao se deparar com o dia cinza. O prólogo e epílogo do livro registram o momento em que o santo inicia e finaliza a história ao recém-conhecido.
De Sobral à Índia reúne história, ciência e cultura em uma narrativa cativante destinada aos admiradores de um belo e emocionante romance histórico que parece não findar-se por aqui…
“– Tá… O senhor parece andar muito e talvez não me encontre mais por aqui…
Gostaria de agradecer por me contar essa história. Consegui abstrair-me de meus
problemas por alguns momentos. Infelizmente acabou…
– Ora! Quem disse ter tudo terminado aqui?”  (De Sobral à Índia, pág. 357)

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