“Neste mundo que esqueceu as coisas puras/ Penso muito no que tu representavas/ E no mundo secular que fala tanto em libertar/ Sonho encontrar alguém com tanta fé”. Nesse trecho da música “Outra Canção por Maria”, do Pe. Zezinho, vemos o pensamento daquilo que a Virgem Maria significou para o mundo de seu tempo e o que ela pode nos ensinar neste mundo tão secular e tão distante daqueles valores que norteiam a vida humana.
Neste mês de maio, no qual somos convidados a rezar a Nossa Senhora, somos também interpelados a pensar em sua existência histórica, a pensarmos naquela Maria de Nazaré. Precisamos, sim, pensar naquela menina que, no auge da sua juventude, fora surpreendida por um anúncio inusitado, um chamamento divino. E num sobressalto de maturidade e convicção, não obstante o assombro, colocou-se à disposição de Deus para carregar em seu seio o Verbo encarnado.
E assim aquela jovem foi gestando no ventre e no coração o próprio Deus que a criara e que agora assumia a carne humana. Maria era tão cheia de graça que o próprio Deus quis estar com ela em uma união nascida da graça divina, da fé. E aquela humilde hebreia estava em profunda união com seu Deus e seu Filho, gestando esse mesmo Deus para o mundo.
Além de pensar no que houve de sobrenatural naquela concepção, pensemos também no que houve de natural. Jesus, em sua existência humana, era Filho de Maria, então, fica em Jesus a marca de Maria. A marca espiritual, o caráter e até mesmo a herança genética, a fisionomia. Jesus se parecia com Maria em todos os aspectos.
Podemos até dizer que nenhum filho jamais foi, biologicamente, tão originado da Mãe quanto Jesus. Biologicamente, tudo lhe veio de Maria, sem concurso de nenhum homem. E além dessa união biológica, tinha-se, mais significativamente, a união de amor e fé, a intercomunhão de ternura e graça. Tudo isso partilhado também com São José, que devotou um puro e verdadeiro amor de pai a Jesus, educando-o, nutrindo-o e provendo as necessidades humanas do Filho de Deus.
Pensemos, pois, naquela Maria de Nazaré que nos cativou. Tão jovem, tão mulher, tão humana e tão entregue a Deus. Reflitamos no que ela diz a este mundo atual a partir daquilo que ela viveu na terra. Virtudes, valores, gestos, cuidados que a tornaram tão admirável aqui na terra e, depois, tão gloriosa no céu.
Sua grandeza e missão ultrapassaram o tempo e o espaço e ela continua a gestar Deus no seio do mundo. Por isso a louvamos em sua glória e a chamamos de Nossa Senhora. Contudo, afirma Inácio Larrañaga sobre Maria: “És senhora de ti mesma antes de ser Nossa Senhora”. Mulher destemida, corajosa, fiel, amorosa. Senhora gloriosa, vencedora, intercessora, iluminadora, ensina teus filhos o teu jeito de ser sempre aquilo que Deus quer. Roga por nós!

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