O Imperialismo: Continua a Matança na América Latina

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A América recebeu dois tipos de colonização: a de exploração e a de povoamento. O Brasil, foi a de povoamento e exploração. Já os Estados Unidos, apenas de povoamento. Quando o governo inglês quis aumentar os impostos, as 13 colônias americanas reagiram e conquistaram a sua independência no dia 4 de julho de 1776. O continente americano foi colonizado principalmente por portugueses, ingleses, espanhóis, franceses e holandeses.
Entre 1870 e 1914, a Europa e os Estados Unidos arquitetaram a conquista política, econômica e cultural da África, Ásia, Oceania e América Latina. Repartiram o mundo entre si e organizaram poderosos impérios coloniais, que só tinham em comum o desenvolvimento da acumulação capitalista. (BRUIT, Hector Hernán. O imperialismo. São Paulo: Atual, 1994.p.5).
Essa divisão política e econômica que aconteceu no mundo entre as nações capitalistas industrializadas ficou conhecida como imperialismo. O capitalismo europeu, por exemplo, se apossou da África para explorar seus recursos naturais como o carvão, o ferro e o petróleo para abastecer a sua indústria.
Na América Latina não foi diferente. No Brasil, a exploração do ouro, do café e cana-de-açúcar chegou a matar mais de 30 mil índios só na Guerra dos Tamoios. E a matança continua através da nossa subserviência: o desemprego, a fome e a morte.
Em 2010 Eduardo Galeano lançou o livro “As veias abertas da América Latina”. Veja como não mudou nada com relação à nossa subserviência aos países ricos do mundo. Escreveu ele a seguir.
“Segundo a voz de quem manda, os países do sul do mundo devem acreditar na liberdade de comércio (embora não exista), em honrar a dívida (embora seja desonrosa), em atrair investimentos (embora sejam indignos) e em entrar no mundo (embora pela porta de serviço)”.
“Entrar no mundo: o mundo é o mercado. O mercado mundial onde se compram países. Nada de novo. A América Latina nasceu para obedecê-lo, quando o mercado mundial ainda não se chamava assim, e aos trancos e barrancos continuamos atados ao dever de obediência”.
“Essa triste rotina dos séculos começou com o ouro e a prata, e seguiu com o açúcar, o tabaco, o guano, o salitre, o cobre, o estanho, a borracha, o cacau, a banana, o café, o petróleo… O que nos legaram esses esplendores? Nem herança nem bonança. Jardins transformados em desertos, campos abandonados, montanhas esburacadas, águas estagnadas, longas caravanas de infelizes condenados à morte precoce e palácios vazios onde deambulam os fantasmas”.
“Agora é a vez da soja transgênica, dos falsos bosques de celulose e do novo cardápio dos automóveis, que já não comem apenas petróleo ou gás, mas também milho e cana-de-açúcar de imensas plantações. Dar de comer aos carros é mais importante do que dar de comer às pessoas”.
A matança continua: desemprego, fome e morte na América Latina.
Por Salmito Campos (salmitocamposs@gmail.com).

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