O analfabetismo que não acaba
O Dia Mundial da Alfabetização foi criado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, – UNESCO, órgão vinculado à Organização das Nações Unidas – ONU, em 1966. Essa data é usada para relembrar a importância da alfabetização e para pensar meios de se combater o analfabetismo no mundo.
O Dia Nacional da Alfabetização foi criado no dia 14 de novembro de 1966 em homenagem à data de criação do Ministério da Educação e Cultura, em 1930. Atualmente 11 milhões de brasileiros não sabem ler nem escrever. A meta do Plano Nacional de Educação é erradicar o analfabetismo até 2024. Mas com a suspensão das aulas presenciais, por causa da pandemia de covid-19, a alfabetização foi prejudicada. (Agência Senado).
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE considera como pessoa analfabeta aquela que não é capaz de ler e escrever pelo menos um bilhete simples no seu idioma. O analfabetismo no Brasil tem diminuido nos últimos anos, embora ainda seja muito elevado em alguns estados, principalmente na região nordeste. As menores taxas de analfabetismo estão nos estados do Sul e Sudeste.
Entre 2019 e 2021 o número de pessoas da faixa etária que não sabiam ler e escrever aumentou em 65,6%, segundo dados do IBGE pela ONG Todos Pela Educação.
No Ceará, 15,2% da população é analfabeta, mais que o dobro da taxa do país (7,2%). O Ceará fica também abaixo da média do Nordeste, região em que 14,8% da população é analfabeta. Há mais de hum milhão de pessoas analfabetas no estado. A taxa de analfabetismo no Ceará é a quinta maior do país, ficando à frente apenas de outros estados do Nordeste: Alagoas (com 19,4% da população analfabeta), Piauí (17,2) e Maranhão (16,7).
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Os números são referentes a 2016 e considera apenas pessoas com 15 anos de idade ou mais. A pesquisa mostra também a diferença salarial entre brancos e negros e entre homens e mulheres no Ceará.
Os dados mostram que, quanto mais idade, mais prevalente é o analfabetismo no Ceará; considerando somente a população com 60 anos ou mais, 38,1% dos cearenses não sabem ler ou escrever.
A pesquisa mostra também que, ao contrário dos dados nacionais, no Ceará, há mais homens que mulheres entre a população analfabeta. São 17,9% dos homens analfabetos e 12,7% de mulheres do Ceará. (André Teixeira G1 Ce).
Já no município de Sobral Ceará a alfabetização tem melhorado consideravelmente a qualidade da educação de maneira significativa nos últimos 20 anos. Se nos anos 1990, 46% dos alunos eram considerados analfabetos escolares, hoje 83% das crianças têm alto nível de capacidade em leitura e 91% em escrita. Na média do Brasil, estas taxas são de 45% e 66%, respectivamente.
Prof. Salmito Campos (jornalista e radialista).