POUCAS E BOAS
Não mais tenho a felicidade de fazer esse pedido aqui na terra. Nem mesmo ao meu pai e à minha mãe, pois ambos também já partiram. Se você ainda tem a quem pedir a bênção, aproveite enquanto é tempo. Em compensação, Deus me deu os netos Júlia (12 anos), Guilherme (4) e Hugo (2) a quem procuro abençoar e pedir a Deus que os abençoe a todo instante.
Nos últimos tempos esse gesto chega a chocar aqueles que consideram cafonice, um costume ultrapassado e sem valor. Até tentam banir sua prática. Por outro lado, continuar “tomando a bênção e abençoando” faz crescer o número dos que lutam para preservar essa ação de humildade e de respeito.
Um “Que Deus te abençoe, te ilumine, te proteja…”, principalmente dito por quem ama, deve ser recebido como a entrega da pessoa amada nas mãos do Pai Eterno. Desse modo, o abençoador demonstra fazer exatamente a vontade do Criador: Amar a Deus e ao próximo como a si mesmo.
Tenho convicção de que a confiança nisso e a presença não apenas dos avós, mas de todo idoso, foi e continua sendo altamente benéfica para milhões de pessoas. Isso me estimula a continuar, aqui e no rádio, a propugnar independentemente da esfera governamental por mais carinho, atenção, respeito e até por mais opções de lazer para todos os idosos.
Mas isso não me priva de perceber que é perfeitamente justificável aos gestores investirem prioritariamente nas áreas mais carentes. Enfim, estabelecer e respeitar prioridades trazem benefícios para todos. Agora, considero injustificável e inaceitável não direcionar mais recursos financeiros para obras que tragam bem-estar e segurança aos que já deram muito de si ao País.
É uma pena que essas criaturinhas interessantes de nossas vidas, principalmente as pobres, mais e mais estão ficando esquecidas no que concerne a lazer apropriado na maioria das cidades brasileiras. E a cada dia elas ficam mais fadadas a contar apenas com a oportunidade oferecida pelos netinhos – Vamos brincar, vovô (ó)! Só que nem todos têm a sorte de receber esse convite.
Na maioria dos municípios brasileiros e Sobral, em parte, está incluso, é raro se encontrar prédios públicos (particulares nem se fala) com acessibilidade e tráfego facilitados; Transporte público de qualidade, adequado e seguro para os da terceira idade só nas promessas de campanha. Além disso, é flagrante o desrespeito aos demais direitos legais dos velhinhos, tais como, saúde, segurança, atendimento prioritário, passagem gratuita, etc. Como se não bastasse, causam revolta o abandono, a falta de zelo e a violência física ou moral praticados na maioria das vezes dentro da própria família.
Na quarta-feira (26) comemora-se o dia dos Avós, que coincide com o dia de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus Cristo. Se nos for permitido vida mais longa, quando menos se espera viramos vovôs e vovós.
Compete, portanto, a nós, urgentemente estimular e exigir de todos o amor, o respeito e a gratidão aos nossos idosos. Caso nada seja feito, num amanhã bem próximo iremos sentir na própria pele o mesmo (ou pior ainda) que milhões deles enfrentam hoje. É ISSO O QUE VOCÊ QUER PARA VOCÊ NA VELHICE?
Faz bem!
Abaixo, destaco seis benefícios oriundos do ser avô/avó, conforme estudos de respeitadas instituições, publicados no site português “Rota Saúde”:
1º) Menor risco de depressão para avós e netos – Uma relação próxima entre avós e netos está associada a menor risco de depressão para ambos (Instituto do Envelhecimento da Universidade de Boston);
2º) Problemas de comportamento atenuados – As crianças que contam com um grande envolvimento dos avós na sua vida têm menos problemas emocionais e comportamentais (Departamento de Política Social e Trabalho Social da Universidade de Oxford);
3º) Maior agilidade cognitiva – Cuidar dos netos uma vez por semana está associado a um melhor desempenho cognitivo do que não cuidar dos netos ou não ter netos (Universidade de Melbourne, na Austrália;
4º) Sentir-se saudável – Os avós que não cuidam dos netos têm maior probabilidade de dizer que têm pouca saúde do que aqueles que costumam cuidar dos netos, seja de forma intensiva ou não. E o contrário também é verdade: os avós que cuidam dos netos têm maior probabilidade de reportar boa saúde (Grandparenting in Europe);
5º) Aprendizagem mútua – Os avós são um recurso multidimensional para a aprendizagem das crianças (Universidade de Londres);
6º) Aprendizagem única – Devido às suas características diferenciadoras, a relação que as crianças estabelecem com os avós favorece a aprendizagem, já que cria um contexto que as incentiva a explorar e a correr riscos (Universidade de Londres).