editorial cs

Na noite do último dia 24, o Papa Francisco iniciou o Jubileu de 2025, tendo como marco a abertura da Porta Santa, na Basílica de São Pedro, em Roma. Com o lema “Peregrinos da Esperança”, o jubileu é uma convocação da Igreja para que todos os cristãos do mundo inteiro renovem a esperança, mesmo diante de tantos desafios, guerras, catástrofes e crises mundiais. No coração de cada pessoa está presente o desejo e a expectativa do bem.
A celebração dos jubileus possui uma inspiração bíblica. Na antiga tradição de Israel, o ano jubilar previa uma série de práticas fraternas. O ano dedicado ao descanso da terra deveria resultar na libertação dos escravos e no perdão das dívidas. Reconhecia-se que a terra e o povo pertenciam unicamente a Deus. Ele é o Senhor soberano da terra e das pessoas.
Com isso, o jubileu tornava-se um tempo propício para recordar o sonho cultivado durante o Êxodo, isto é, ter uma terra e construir uma sociedade com igualdade social, justiça econômica, fraternidade e paz. O que era mais importante era restabelecer o bem comum, a justa convivência entre as pessoas e a comunhão com Deus.
Na Igreja, a celebração dos anos jubilares remonta ao ano de 1300. No começo, a cada 50 anos, agora, a cada 25 anos, a Igreja comemora o Mistério da Encarnação. Deus visitou o seu povo, assumiu toda a humanidade, permitindo aos homens o acesso à comunhão divina. Os Padres da Igreja definiam como um “admirável intercâmbio”: Ele veio participar de nossa humanidade, para que possamos participar de sua divindade.
Uma das atitudes fundamentais do Jubileu é a peregrinação às Portas Santas, abertas nas dioceses do mundo inteiro. O ato de peregrinar recorda que a Igreja é formada pelo Povo de Deus, que deseja caminhar conduzido por Jesus. Neste dia 28, a abertura da Porta Santa na Diocese de Sobral marca a dimensão eclesial e espiritual de Jubileu de 2025.
Além disso, indica que, mais do que nunca, a Igreja deve ser uma “porta aberta” para o acolhimento e a reconciliação. Nesse sentido, passar pela porta santa é um rito que sinaliza para essa rica experiência com a misericórdia de Deus. O Papa Francisco, na Bula de Proclamação do Jubileu, fala que este será um momento “para oferecer a experiência viva do amor de Deus, que desperta no coração a esperança segura da salvação em Cristo”.
“A esperança não decepciona” (Rm 5,5).
Essa é a mensagem bíblica que deve ressoar no coração de cada fiel cristão. Em meio a tantos desafios humanos, ambientais e sociais, a Igreja ergue uma voz profética de esperança, vida e salvação. Somos todos convidados a caminhar, guiados por uma promessa maior, percebendo os sinais dos tempos e preparando-nos para a chegada do Reino de Deus.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *