Herculano Costa
GLOBANALIZAÇÃO
É isso mesmo. Globanalização de tudo. Faz algum tempo que venho me indignando com alguns modos de vida, que essa vida pós-moderna vem nos impingindo. Presentemente, tudo é global, tudo é banal e muitos acham que tudo é legal. Em nome desse tal de ultra modernismo, tudo vem perdendo o sentido, eu acho. Os homens não têm mais aquele sentimento de solidariedade, de fraternidade, de amizade, para com os seus semelhantes, os seus iguais. Revelam-se individualistas, egoístas, cruéis com as pessoas, mesmo as do seu convívio diário. Seja nas suas relações sociais, no trabalho, no lazer, na rua, no trânsito (principalmente), em qualquer lugar. Ninguém mais tem o menor respeito pelo outro, nessa corrida desenfreada pelo ter, na ânsia do obter para si, na ambição do juntar, do possuir, do acumular bens materiais a qualquer custo. Mesmo que para isso o indivíduo tenha que subestimar, suplantar, passar por cima dos outros. “Assim caminha a humanidade!”
Outra coisa, da qual já tivemos oportunidade de abordar em várias oportunidades é sobre o embrutecimento que vem tomando conta da mente dos nossos jovens. Ainda muito verdes, eles pensam (claro que aqui respeitamos as raras exceções que toda regra permite), que já são os donos do mundo. Muito cedo, rompem com as orientações dos pais, desatam os laços de família, transgridem os limites da educação familiar, enfim. Mais cedo ainda, iniciam-se nas drogas lícitas (?), depois nas alucinógenas, maléficas, proibidas. E, a partir daí, montados em máquinas mortíferas, desafiam a morte, brincam com a vida, arriscando a sua e a dos outros. Tudo ao sabor dessa famigerada globalização e suas modernidades comportamentais.
Onde já se viu filho que acata orientação dos pais virar otário, quadrado, mané? Acompanhar a família para qualquer evento social é pagar mico, é submeter-se a tirada de sarro dos colegas, é sujeitar-se a sofrer os escárnios da cambada. Hoje é assim: menino que não faz pega, que não dá cavalo-de-pau, que não ergue a dianteira da moto, que não encara o cara da outra rua é boiola, mané etc. e coisa e tal. Menina que é virgem, pura, que não mata aula, que não foge de casa pra ir à balada, que não fica, que não dorme fora de casa, é sapato, é lelé e coisa e loisa. É a tal da globalização dos costumes, da banalização dos valores de família. Até aonde isso vai, não se sabe. Aliás, todos sabem.
O Brasil é mesmo “um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”? Dizem os mais eufóricos até que “Deus é brasileiro”! Não faz muito tempo, e só se ouvia falar que o nosso País era o país mais pacífico do mundo, que por aqui não se registravam guerras, vulcões, ciclones, furacões, tremores, maremotos, etc. Era um consolo para o povo brasileiro, ao se deparar com flagelos como cheias no Sul ou secas no Nordeste, dizer que coisas piores por aqui não aconteciam. Hoje, esses fenômenos vêm ocorrendo em qualquer parte do país, coisas que há tempos só aconteciam pelo mundo afora.
O Brasil vive, presentemente, intensas guerras. Contra o narcotráfico, contra o crime organizado, contra o feminicídio, contra a truculência e violência urbana, contra a corrupção, e outras mazelas mais. Há muitas guerras em nossa volta, todo dia. Sim, senhor!
Ultimamente, muitas catástrofes têm assolado o território brasileiro, leste a oeste, norte a sul. Fenômenos naturais têm-nos frequentado repetidamente, deixando rastros de destruição material, com lamentáveis perdas humanas. Para mim, Deus continua sendo cada vez mais brasileiro. Ele só está mostrando onde pontifica mais a irresponsabilidade administrativa brasileira, que nossos administradores públicos insistem em não querer ver. “Cego não é aquele que não enxerga. O verdadeiro cego é aquele que não quer ver”, diz velho e conhecido adágio.
As agressões à Natureza em nosso meio são outro fator que inspira preocupação. Elas chegam a beirar o absurdo. Fatores climáticos, meteorológicos e, ultimamente, sismológicos vêm ocorrendo com muita frequência, por causa disso. Será que já nos demos conta de que esses fatos naturais, até então, não comuns entre nós, nada mais são do que reações da Natureza contra as ações humanas? O homem precisa rever suas atitudes, mudar comportamentos, para poder merecer da mãe Natureza uma convivência de paz. É por aí.

