Maria da Penha esteve em Sobral para comemorar os 13 anos da Lei que carrega seu nome

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Maria da Penha foi vítima de violência doméstica e ainda enfrentou o machismo da sociedade.

O Instituto Maria da Penha realizou uma programação especial na cidade de Sobral para comemorar os 13 anos da Lei Maria da Penha. Com o apoio da Prefeitura de Sobral, a ação foi patrocinada pela Lei de Incentivo à Cultura, Grendene e Banco do Nordeste. Na quarta-feira (18) aconteceu uma palestra no auditório da empresa Grendene, com o intuito de conscientizar e promover uma reflexão nos funcionários, onde 40% do quadro é formado por mulheres. Mensalmente, a equipe de Serviço Social da empresa realiza rodas de conversa nas fábricas para abordar o assunto.
O evento contou com a presença de Maria da Penha Maia Fernandes, mais conhecida como Maria da Penha. A farmacêutica, mãe de três filhas, ficou tetraplégica, devido a um tiro disparado pelo seu, até então, atual marido. Atualmente ela realiza palestras através do Instituto Maria da Penha com o papel de estimular e contribuir para a aplicação integral da lei que, cria mecanismos para prevenir e coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
O poeta, cearense, Tião Simpatia, viaja por todo o Brasil se apresentando ao lado de Maria da Penha. Ele participou do evento na terça-feira (17) no Centro de Convenções, organizado pela Prefeitura de Sobral e também esteve presente no auditório da Grendene, apresentando seu cordel “A Lei Maria da Penha” para os funcionários da empresa, onde foi prestigiado através de forte aplauso. “Toda mulher tem direito a viver sem violência. É verdade, está na Lei. Que tem muita eficiência. Pra punir o agressor e à vítima, dar assistência” declamou.
Maria da Penha relatou sua vivência em um relacionamento abusivo e a preocupação que tinha com as filhas. Narrou toda sua luta para a justiça reconhecer e punir a violência que sofreu no ano de 1983. Além do Instituto, a história de Maria da Penha foi transformada em um livro, intitulado “Sobrevivi…posso contar”
“É uma mancha negra da sociedade esse pensamento de que homem tem direito de matar a mulher, e essa lei veio para ser justa. As mulheres têm que viver uma vida sem violência dentro da sua própria casa” diz.
Maria da Penha fez a comparação de mortes de mulheres causadas por desconhecidos, com as mortes causadas em casa, no lugar em que ela deveria ser protegida pelos conhecidos, que prometeram amor e proteção. A casa torna-se o lugar mais perigoso para a mulher que sofre violência doméstica, pois ela corre o risco de ser assassinada pelo agressor, que conhece a rotina da esposa.  “Foi a partir da minha história, foi a partir do meu empenho e a partir da necessidade que eu tinha que a justiça fosse feita, nós temos hoje essa lei que tem salvado muitas mulheres que sonha em ter sua vida como era antes de seu namorado ser agressivo” disse Maria da Penha.
A militante da luta pela igualdade de gênero, destaca a importância que a vítima tenha apoio de uma equipe de assistência social, psicólogos e advogados, para que a mulher seja orientada.

ACOMPANHAMENTO PROTETIVO EM SOBRAL
O Tenente Marcos Paulo, da Polícia Militar falou sobre o trabalho de equipe realizado exclusivamente para proteger mulheres que sofreram violência doméstica, realizando diariamente visitas domiciliares de segunda a sexta-feira. A equipe protege mulheres que possuem medidas protetivas ou que são encaminhadas pelo Centro de Referência da Mulher e Delegacia da Mulher. O trabalho é de orientação sobre os direitos das vítimas e informação ao agressor sobre as penalidades recebidas.
Segundo o Tenente, no ano de 2008 a equipe acompanhou 162 mulheres, tendo registro de apenas um caso de reincidência de mulher agredida. O trabalho da equipe na cidade de Sobral, visa a prevenção da reincidência.

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