Pessoas com deficiência intelectual são beneficiadas pela Apae em Sobral

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Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) foi fundada na cidade há quase 40 anos e visa melhorar a qualidade de vida de crianças, jovens e adultos com atendimentos especializados. Aceitação familiar e preconceito da sociedade ainda são os principais desafios.

Por meio de um atendimento especializado, estimulado e humanizado, as pessoas com deficiência intelectual de Sobral e cidades circunvizinhas podem contar com o apoio da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), que busca proporcionar uma melhor qualidade de vida a seus assistidos. Fundada em dezembro de 1990 no município, hoje beneficia centenas de crianças, jovens e adultos que encontram no local acolhimento e bem estar, e oferece apoio emocional e força às famílias que demoram em aceitarem o laudo médico, além de enfrentarem o preconceito da sociedade.
A Apae de Sobral funciona por meio de atendimentos especializados realizados nas áreas de Psicologia, Psicopedagogia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Fisioterapia, Assistência Social, Odontologia, Pediatria, Neuropediatria e Psiquiatria, além de doações e projetos que favorecem o esporte, a informática e as artes, que são aprovados através de editais. As crianças de zero a quatro anos ficam na estimulação precoce. A partir de quatro, elas são encaminhadas ao AEE (Atendimento Educacional Especializado) e precisam estar matriculadas no ensino regular.
Em Sobral, a APAE atende 325 pessoas com deficiência intelectual que também chegam de outras cidades como Alcântaras, Groaíras, Pacujá e Frecherinha. Dessas pessoas, 70 são crianças de zero a quatro anos, atendidas na estimulação precoce uma vez por semana. 227 são atendidas pelo AEE duas vezes na semana e, 25 são pessoas egressas, aquelas que já terminaram a escolarização, porém são assistidas como ouvintes por meio de projetos e oficinas.
Segundo a psicopedagoga da Apae de Sobral, Delisa Silva, o público da associação são pessoas que devem possuir deficiência intelectual e um laudo: “Síndrome de Down, Síndrome do Espectro Autista, Paralisia Cerebral, todas essas deficiências a Apae abraça, porém as pessoas devem possuir deficiência intelectual e um laudo. Passa por uma lista de espera, tanto no atendimento de estimulação precoce como no AEE. Uma avaliação é realizada por um equipe multidisciplinar onde se aprova a criança como nosso público”, ressalta.

Desafios
A Apae é uma associação que acompanha a pessoa com deficiência intelectual, em todo o seu ciclo de vida e possui atendimento clínico em parceria com o SUS (Sistema Único de Saúde), assim como também busca sustentabilidade por meio de doações e projetos lançados através de editais municipais, estaduais ou federais. De acordo com Delisa Silva todo dia é um novo desafio: “São vários os desafios desde a questão do luto da família ao se deparar com o laudo até a questão emocional de aceitação. Outro desafio é o lidar com a criança de modo que as pessoas que estão lá fora acreditem que ela é capaz; a sociedade já está vendo que eles são capazes. E outra grande dificuldade é a questão financeira”, conclui.

Aceitação
A estudante Janaína Teotônio, 27, que mora no bairro Sumaré é mãe de Juan Cairo de nove anos. Ele nasceu com apenas 29 semanas de gestação. Consequências? Cegueira, Síndrome do espectro autista e retardo mental. Apenas há quatro anos ela passou pelo processo de aceitação (“encarar o luto”, é a expressão usada por especialistas). Antes, tinha preconceito contra a Apae, hoje enxerga no local uma segunda casa, onde sua força é sempre renovada: “Eu tinha preconceito, por isso não vim antes. Hoje enxergo evoluções que se dão em longo prazo. Se eu não estou bem, ele não vai estar também. Os pais têm o auxilio do psicólogo, para entender e enfrentar. Chegam momentos que você perde o rumo. Você tem que encarar esse luto, enterrar suas angústias e seguir adiante”, enfatiza ela.
Juan Cairo começou a integrar a Apae com cinco anos de idade

Fortaleza
Moradora do bairro Paraíso das Flores, a sobralense Adriana Rodrigues, 35, leva há três anos, duas vezes por semana, o pequeno Antônio Jonas, 6, para a sede da Apae e garante que houve um desenvolvimento: “Ele tem Paralisia Cerebral, passou da hora de nascer, falta de oxigênio no cérebro, ficou na UTI um mês e 14 dias. Foi um choque, foi difícil aceitar, não aceitava, chorava demais, escondia dos outros. Hoje não tem como esconder. Ele era muito agitado; hoje mudou muito. Aqui é uma família, tem todo um apoio, é uma fortaleza”, relata.
Desde os três anos Jonas frequenta a Apae

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