Neste domingo, 29, celebraria cem anos o político brasileiro, Virgílio Távora. Militar por formação, Virgílio de Morais Fernandes Távora, chegou ao posto de Coronel no Exército Brasileiro e ingressou na política, sendo eleito deputado federal em 1950 e 1954. Foi Ministro dos Transportes, no gabinete parlamentarista de Tancredo Neves e deixou o cargo para disputar o governo do Ceará. Em sua gestão criou a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, em 9 de agosto de 1966. Virgílio era governador quando do movimento militar de 1964. Dedicou-se à política e nela fez muito pelo Ceará e pelo Brasil, na Câmara dos Deputados, no Senado Federal, no Governo do Ceará, enfim, gerando uma legião de eleitores e admiradores. Eu, pessoalmente, não conheci o Senador Virgílio Távora. Dona Luiza, vi uma vez. Mas, sempre ouvi falar deles em variados meios e, também, por meio de Matusahila Santiago que admira muito o casal, em especial, Dona Luiza Távora. Outro dia tive a honra de receber a herdeira do casal do Távora, Tereza Távora, no Museu Diocesano Dom José, o qual tenho a honra de dirigir.
Há algumas semanas, recebi o livro “Virgílio Távora, o Estadista Cearense”, do sobralense César Barreto Lima, em có-autoria com Saulo Barreto Lima. Houve lançamento em Fortaleza, Sobral e Viçosa do Ceará. A obra foi muito bem recebida pela crítica especializada e desde o trabalho do meu confrade na Academia Fortalezense de Letras, convidado por mim para integrar aquela Academia, Marcelo Linhares, não tínhamos visto trabalho tão completo quanto este sobre Virgílio Távora.
Na nota introdutória, Cesar Barreto nos diz que procurou “mostrar outro Virgílio Távora, o lado escondido do ser humano maravilhoso, do pai amoroso e do marido sem igual”. No prefácio do eterno Senador Mauro Benevides, vi, com surpresa de quem não viveu aquele tempo, a convivência e amizade declarada dos dois homens públicos. Diz o Acadêmico Mauro Benevides: “Com ele convivi de perto, sobretudo pela minha condição de Presidente da Assembleia Legislativa, em momentos de dificuldades institucionais…” Dr. Mauro confessa, sobre o período de instabilidade política vivido naquele 1964, quando conspirou-se a deposição de Virgílio Távora do governo do Ceará: “Não concordei com a tentadora e inusitada proposta de assumir o Governo do Estado como fui firme na minha argumentação fitando no fundo dos olhos dos conspiradores: – O Governador Virgílio Távora, além de ser um governante sério, é sobrinho do Marechal Juarez F. Távora, herói do Exército Brasileiro”.
A primeira parte do livro se dedica a um esboço histórico do biografado, iniciando por estudos desde Portugal, passando pela saga familiar dos Távoras, o surgimento do estadista, o casamento e o Ceará, paixão do biografado. Acrescem-se notas e vem um capítulo de muito afeto e de revelações que só quem com Virgílio conviveu pode fazer. São os depoimentos, trinta no total, iniciado por sua filha, Tereza Távora, uma lady, na acepção da palavra; Ubiratan Aguiar; Lúcio Alcântara, Mônica Arruda; Gonzaga Mota; Eudoro Santana, para citar alguns.
Concluindo com rica iconografia e referências que credenciam a obra como uma das melhores sobre o estadista Cearense, Virgílio Távora. Parabéns aos seus autores!

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