Celebrando, neste domingo, o dia dos pais e, como Igreja, a vocação à família, recordamos a exortação Amoris Laetitia (AL) – Sobre o amor na família, publicada pelo Papa Francisco no ano de 2016. O Santo Padre afirma que a alegria do amor vivido nas famílias é uma grande alegria partilhada pela Igreja e que “o bem da família é decisivo para o futuro do mundo e da Igreja” (AL 31). Isso porque o ambiente familiar é o primeiro lugar onde se aprende a amar e o lugar primordial de promoção humana.
Desse modo, tal instituição deve ser promovida, protegida e amparada. A beleza do sacramento do Matrimônio deve ser repassada às novas gerações para as quais convergem pessoas com diversas experiências de família. Convergem diversos propósitos, sonhos, alegrias, como também diversos desafios, preocupações e incertezas. Tudo isso acolhido no coração do Papa Francisco, que, em seu Magistério, tem sido um verdadeiro apóstolo das famílias.
Com a publicação da Amoris Laetitia, o Santo Padre alargou as perspectivas sobre a importância do matrimônio e da família. O documento constitui um grande marco para a Igreja devido a sua atualidade. Não se modificou nenhum aspecto da doutrina da Igreja, mas o papa abre diversas possibilidades a partir de um maior discernimento pastoral de situações particulares.
Para ele, é necessário acolher e olhar com misericórdia para as famílias que não estão nos parâmetros tradicionais. Na sociedade atual, existem diversos arranjos familiares que devem ser considerados pela Igreja. “Trata-se de integrar a todos, deve-se ajudar cada um a encontrar a sua própria maneira de participar na comunidade eclesial. (…) Não me refiro só aos divorciados que vivem em uma nova união, mas a todos, seja qual for a situação em que se encontrem” (AL 297).
O caminho do Evangelho e, consequentemente, o caminho da Igreja é o de não condenar ninguém. O acompanhamento pastoral dos separados, dos divorciados e dos abandonados se faz necessário porque, por traz de muitas dessas situações, existem histórias de sofrimentos e injustiças. Todos devem ser acolhidos com grande respeito e devem ter uma participação ativa na comunidade eclesial.
Com toda essa sensibilidade pastoral, o Santo Padre define a família como o lugar do encontro, da partilha, da saída de si mesmo para acolher o outro e estar junto dele. Assim, família e Igreja devem caminhar juntas. A Igreja precisa apostar sempre na família, mesmo porque “a Igreja é família de famílias, constantemente enriquecida pela vida de todas as igrejas domésticas” (AL 87).
Portanto, é tempo oportuno de anunciar a beleza do matrimônio e da família, guiar os jovens nesse caminho e, mais do que nunca, ter um olhar de misericórdia para todas as famílias. Se existe unidade, paz, amor e alegria em uma família, independente da situação, ela é sagrada, é abençoada por Deus e merece lugar na comunidade eclesial.

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