Agravamento da fome no país já atinge 19,1 milhões de brasileiros

Por Samuel Carvalho – Redação Correio da Semana
O levantamento mais recente da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) aponta que um número de 19,1 milhões de brasileiros se caixam neste perfil. Esse montante representa um total de 9% da população do país. Em média, após dois anos os números são alarmantes, pois nesse período a fome avançou para de mais nove milhões de pessoas.
O Nordeste foi a região brasileira com o maior número absoluto de pessoas nessa condição. Segundo os dados do estudo, são quase 7,7 milhões de nordestinos que passam fome, dentro do que se considera grave insegurança alimentar. A região Norte, por sua vez, representa 14,9% das pessoas que não têm o que comer no país. Apesar de ocupar uma parcela significativa nesse ranking, os estados nortistas abrigam apenas 7,5% da população do país.
Para explicar o que isso significa, a Rede Penssan define a insegurança alimentar quando o indivíduo não tem acesso pleno a alimentos. Os dados da pesquisa indicam que o número corresponde a mais da metade da população brasileira, estimada em 213,6 milhões. Além disso, o número equivale a mais de duas vezes a quantidade de habitantes da Argentina, de 45,3 milhões, segundo o Banco Mundial. O estudo aconteceu em dezembro do ano passado, em 2.180 domicílios das cinco regiões do Brasil, tanto em áreas urbanas como rurais. De acordo com conclusões da Rede Penssan, com a pandemia da Covid-19, cerca de 116,8 milhões estão em algum grau de insegurança alimentar — leve, moderado ou grave.
Na última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), relativa a 2017-2018, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimava que 10,3 milhões de famílias moravam em domicílios com insegurança alimentar grave. Assim, o comparativo dessa data ate 2020, a quantidade de cidadãos passando fome no território nacional cresceu em 8,8 milhões.



