Algumas gotas de sangue podem mudar a vida de um bebê

Algumas gotas de sangue do pezinho do bebê e um resultado que pode mudar a vida dele. Com detecção de seis doenças, o chamado teste do pezinho deve, preferencialmente, ser feito entre o 3º e o 5º dia de vida do recém-nascido. Se não for possível, pelo menos até o 30º dia de nascimento. O assunto é lembrado no dia 6 de junho, dia Nacional do Teste do Pezinho.
No Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral, unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), e administrado pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), o teste do pezinho é realizado nas crianças internadas na Neonatologia entre o 3º e o 5º dia após o nascimento. A médica pediatra da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) do HRN, Ana Lia Rocha, ressalta que “o diagnóstico precoce das doenças reduz a morbimortalidade dos bebês”. Segundo a médica, enfermidades como a fenilcetonúria e hiperplasia adrenal congênita (HAC) podem ter um impacto reduzido com uma correção simples na dieta do bebê.
Rocha ressalta ainda que nenhuma das doenças identificadas no teste do pezinho pode ser detectada ainda no pré-natal, o que confirma a necessidade de que o diagnóstico seja realizado no período sugerido. “O teste do pezinho é um exame simples, acessível e que traz o diagnóstico de doenças graves e que podem levar à morte ou deixar sequelas”, avalia.
Pactuação de processos no HRSC permite avisar e entregar mais rápido testes com resultados alterados
Pensando em garantir ao recém-nascido assistência especializada de forma rápida, o Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), unidade da Sesa administrado pelo ISGH pactuou entre os serviços internos um método de comunicação rápida que sinaliza resultados do teste do pezinho com alterações, definindo um esquema de urgência para que a família seja comunicada e receba o resultado mais rápido possível.
Além da dinâmica para garantir rapidez quando há necessidade de avisar aos familiares sobre testes alterados, o HRSC realiza a entrega de maneira informatizada. As puérperas são comunicadas via telefone e recebem os resultados na comodidade de casa, seja por e-mail ou através dos agentes de saúde dos municípios onde residem, sem que precisem voltar ao município de Quixeramobim. Ao todo, 19 municípios da região são atendidos pelo HRSC.
“Pactuamos que se o teste tiver resultado alterado, o biomédico do laboratório vai comunicar ao setor específico e eles entram em contato com a família avisando que precisam levar o filho a um pediatra”, explica Júnior Coelho, biomédico e gerente do laboratório do HRSC. Desde 2019, quando o setor de obstetrícia passou a funcionar no HRSC, mais de 1.800 testes do pezinho foram realizados em parceria com o Laboratório de Saúde Pública (Lacen).
Graças a iniciativa, Márcia Bezerra Campos, moradora da zona rural de Limoeiro do Norte, soube a tempo que era preciso levar a filha a um especialista. “Foi muito bom pra mim porque eles alertaram do problema com minha filhinha e nós estamos tratando antes de ficar pior”, conta. Sendo avisada a tempo ela iniciou um tratamento no Hospital Infantil Albert Sabin. Márcia Bezerra foi avisada na comodidade de casa, sem precisar se deslocar mais de 160 quilômetros de Limoeiro do Norte até o HRSC.



