Segunda a história, das cincos civilizações: o fogo, a religião, a roda e a escrita, o dinheiro é a mais recente dessas inovações revolucionárias. Portanto, é a menos estável, a menos compreendida e a mais fácil de controlar. Desde sua primeira aparição na história, o dinheiro vem forjando novas instituições e modos de vidas.
Como se sabe, a Roma foi o primeiro império da história baseado no dinheiro, que funcionava como principal mecanismo para tributos, comércio, governo, exército e templos. E os imperadores o controlavam. Era o que já dava sustentação o termo capital, na época do cristianismo.
Questionado sobre a justeza de pagar tributos ao imperador romano, Jesus Cristo, concedeu que o dinheiro, era uma questão de Estado, não de religião, profetizou: “Dê a César o que é de César, e a de Deus o que é de Deus”. Daí com o colapso de sua moeda, o império romano caiu em ruína, e talvez ai esteja a fonte da popularidade do capitalismo no mundo moderno, com suas riquezas e misérias.
Diante disso, a coerência no assunto nos obriga dizer, também, que na atualidade, o capitalismo, apesar de estar nos sistemas econômicos de muitos governos, não perde o seu sentido de origem, pois já era presente entre os gregos, já era velhos como a filosofia. As pessoas ricas na Grécia começavam, como mero artesão e se tornavam capitalistas quase sem saberem. Elas faziam apenas o que parecia lógico, para lucrarem por instinto natural. E, é nesse sentido, pode-se dizer que o capitalismo é um produto inacabado, em um sistema de governo.
Por isso, procuremos entender a história do capitalismo por instinto humano como o esforço dele no sentido de desprender-se, lentamente, da naturalidade em direção a um ponto situado no topo da evolução capitalista.
Então, fica mais evidente em “A Riqueza das Nações, considerado a Bíblia do capitalismo, de Adam Smitth. Nela, ele não estava defendendo um sistema, um “ismo”. Na verdade, ele jamais escreveu a palavra “capitalismo”. Estava descrevendo o que havia acontecido.
Além disso, Adam Smitth, não defendeu o que o governo deveria instituir o capitalismo, mas apenas que deveria remover leis antiquadas, como as que restringiam os movimentos dos trabalhadores, que impediam as pessoas empreendedoras de aproveitar ao máximo as oportunidades.
Com isso, fica claro, que a pequena centelha chamado “dinheiro” criado, no mundo antigo, precisamente no Século VII a.C., de Cristo, na Lídia. Hoje, região ocidental da moderna Turquia. É uma criação, que faz parte da vida, que acabou por contribuir para a ascensão de um capitalismo, na forma moderna, nos sistemas econômicos de muitos governos, em vários países.
Portanto, o verdadeiro teste de validade capitalista não se dar em teoria, mas na prática. Quem pretende estabelecer uma relação de causa e efeito entre natureza e os valores do empreendimento humano, tem um caso de prova; o efeito inevitável no renascimento de sociedades. Veja por exemplo, nos últimos séculos a Europa, depois América do Norte carregaram a maior parte do fardo de fazer progredir a civilização humana, e, mais recente os asiáticos, sem poder superar a fase predatória do capitalismo. A China é um bom exemplo vivo disso.
Vale perguntar, porque os asiáticos? A inspiração sobre a forma de controlar a massa de papéis comerciais veio do povo mongol da China Kublai Khan, transmitida por Marco Polo. Hoje, a China comunista apoia o pragmatismo do capitalismo, para manter a sociedade chinesa em progresso. Ou seja, na batida do portão da propriedade do povo chinês.
Por tal via de raciocínio, é possível aferir-se o grau de evolução do poder econômica da China, mas a parte da desigualdade ainda é muito forte. Segundo o grande filosofo italiano Domerico Losurdo, a China regrediu ao capitalismo sobre a reflexão de transição do capitalismo para o socialismo.
Portanto, são modelos capitalistas que podem serem destrutivos para a sociedades humanas. O que significa que o capitalismo não consegue, além, das tragédias ambientais, tirar mais de quatro bilhões de pessoas da miséria vivida no mundo. O desemprego e o subemprego são a face mutilada do progresso capitalista. A violência cresce de forma terrível, mesmo em países desenvolvidos. Só sabe contar os seus mortos e fazer balanços dos interesses econômicos, como os Estados Unidos, por exemplo, não foram além da conta da lógica capitalista após o 11 de setembro de 2011. E o pior, o terrorismo no mundo tornou-se pavorosa ferramenta política e os interesses econômicos por trás dele são poderosos e perigosos.
Por outro lado, neste capítulo crucial estão os sistemas econômicos de muitos governos, na questão dos estilos de vida e dos padrões de consumos, que, também, de alguma forma vão ter que se incorporar ao cálculo econômico capitalista consumista.
Desta forma, o capitalismo acontece por natureza de mercado. Nem precisa dizer que este fenômeno é capaz se adaptar a qualquer região do globo. Ou seja, em qualquer periferia de uma pequena cidade no Brasil. Por exemplo, muitas famílias dirigidas por brasileiros mais pobres, que saem de casa às cincos ou às seis horas da manhã e voltam para casa às nove, eles vão dizer para o filho, quer lhe presentear com um par de tênis, de uma marca famosa ou um celular de tecnologia de ponta.
Estamos convencidos de que esta geração será a mais sacrificada da história do capitalismo. A mídia do capitalismo molda os desejos e os objetivos dos homens. Para um ocidental pobre e consumista, os encantos de um Shopping Centers fazem todo sentido; todas aquelas vitrines o seduzem. Parece que sua felicidade vem embrulhada num papel colorido.
Com certeza, as teorias de Max e Engels renascem dessas entranhas do capitalismo selvagem, pois eles renascem das cinzas e continuam com seus contrapesos, respeitando as fases que integram o homem. Como Albert Einstein afirmou, o socialismo visa superar a fase predatória do desenvolvimento humano. O mercado é predatório. Evidentemente é uma proposta humana quase utópica, para o verdadeiro progresso humano, que viverão em sociedades mais complexas, no futuro.

Jornalista, Historiador e Crítico Literário.

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