Salmito Campos

Temos visto nos noticiários, a ocorrência de inúmeros incêndios florestais na Amazônia, no Pantanal e, também, no Estado de São Paulo. No período de estiagem, o risco de incêndios florestais se intensifica drasticamente, pois o fogo pode alastrar-se rapidamente por extensas áreas vegetadas, em um curto período de tempo. Além disso, as mudanças climáticas e seus eventos extremos têm afetado severamente o Estado de São Paulo e o Brasil nos últimos anos.
Esses incêndios, além de provocarem um grave impacto ambiental e prejuízos irreparáveis para os  ecossistemas e a biodiversidade, com a destruição de grandes áreas florestais e de inúmeras espécies de árvores; a redução da fertilidade do solo; o assoreamento de rios, a redução de nascentes e da quantidade e qualidade da água; e a morte de inúmeras espécies de animais silvestres; podem provocar, também, ou, agravar danos na saúde humana, como problemas respiratórios e cardíacos,  em especial na saúde de idosos, crianças, gestantes e pessoas com problemas respiratórios, devido ao aumento da poluição do ar;  podem causar perdas humanas ou graves queimaduras; podem desabrigar inúmeras famílias; interromper o fornecimento de energia elétrica; interromper as aulas nas cidades atingidas; e agravar as mudanças climáticas globais, devido à emissão de gases de efeito estufa (GEE), como o dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4).
Os incêndios podem atingir florestas, Unidades de Conservação da Natureza, parques, matas ciliares, nascentes, reservas indígenas, alcançar residências e grandes ou pequenas propriedades rurais.
Além disso, os incêndios podem ameaçar as cidades e colocar em risco motoristas nas estradas e rodovias; cobrir o país com uma densa camada de fumaça na atmosfera e espalhar fuligem e partículas da queima, o que compromete seriamente a qualidade do ar e prejudica o funcionamento dos aeroportos do país.
Os incêndios ainda causam danos materiais e prejuízos econômicos, como perda de patrimônio e dispêndio de recursos públicos na prevenção e combate, além das despesas dos serviços de saúde, relativos ao aumento de atendimentos médico-hospitalares.
Principais causas dos incêndios florestais:
Ações humanas (ações antrópicas), estão entre as principais razões das ocorrências de incêndios florestais como: Propagação de fagulhas de fogueiras feitas de forma imprudente, próximas ou dentro de áreas de mata; Bitucas de cigarro ou fósforos jogados de forma negligente nas rodovias ou em áreas de mata; Uso do fogo para “limpeza” de terrenos e eliminação de vegetação rasteira e para queimar lixo; Soltura de balões, que é prática criminosa; Incêndios provocados por vândalos e incendiários criminosos; Uso irregular do fogo em atividades agropecuárias. Os incêndios florestais também podem ter causas naturais, como raios.
O problema das queimadas é tão grave, que a fumaça de incêndios florestais na Amazônia ou no Pantanal, por exemplo, pode afetar a qualidade do ar em São Paulo. (semil.sp.gov.br/educacaoambiental).
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apontam que entre os dias 1º de janeiro e 25 de agosto, foram registrados 107.133 focos de queimadas no país em 2024. O número representa um aumento de 75% em relação ao mesmo período de 2023.
Na liderança do ranking, o Mato Grosso registrou 20.725 focos de incêndios. Na última posição ficou o Amapá, com 17 focos de queimadas.
Nas cinco primeiras posições, depois do MT, aparecem Pará, Amazonas, Mato Grosso do Sul e Tocantins. A diferença entre o líder e o quinto colocado é quase o dobro, quando comparamos os dados entre o quinto e vigésimo sétimo (último colocado). São 13 mil focos de queimadas a mais. (cnnbrasil.com.br).
“De todos os incêndios que acontecem no Brasil, cerca de 1% é originado por raio. Todos os outros 99% são de ação humana”, diz a Doutora em Geocências Renata Libonati da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Portanto, só podemos reverter esse quadro de queimadas com a conscientização do ser humano em saber CUIDAR do meio ambiente.
Prof. Salmito Campos – (jornalista e radialista).

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