De Olho na Língua

Hoje é 13 de junho
Do ponto de vista gramatical, a frase merece reparos quanto à concordância verbal, já que o verbo “ser” deve concordar com o numeral. Numa linguagem informal use o plural. No dia a dia opte pelo que o povo usa (Hoje é treze de julho). Já nas interrogações, melhor será o plural: Quantos são hoje?; Quantos foram ontem? Quantos serão amanhã? Assim como fazemos quando desejamos saber as horas: Que horas são? (embora possa ser uma hora). Nunca vi ninguém perguntar “Que horas é?”, mesmo porque se eu ouvir não vou dar resposta. Por falar em hora, já ouvi alguém perguntar “Que horas tem aí?” E saber que é tão simples de perguntar a forma honesta.
Palácio do Alvorada
É incrível, mas ainda existe jornalista brasileiro que não sabe sequer o nome correto da residência oficial do presidente da República. Dia desses um deles disse pela televisão Palácio do Alvorada em vez de Palácio da Alvorada. Está certo que, com o governo do PT, o Brasil acordou para um novo amanhã. Mas não era preciso exagerar, não é mesmo?
Diminuitivo ou diminutivo?
A forma correta é diminutivo. Diminuitivo é um erro de ortografia, um barbarismo, e não existe na Língua Portuguesa. A palavra diminutivo deriva do Latim “diminutivu”.
Qual é o aumentativo de mão?
Mãozona, mão grande, mãozão? Nenhuma dessas formas; O aumentativo de mão pode ser: manzorra, mãozorra, manápula, manopla.
Soube da notícia através do rádio
Alguns puristas condenaram (sem razão) a expressão “através de”, “através de”. Os tais puristas querem que se diga: “Soube da notícia pelo rádio”. “Através de” é expressão correta e amplamente utilizada na Língua Portuguesa, mas seu uso deve ser adequado ao contexto. O grande filólogo Mário Barreto escreveu um excelente livro, cujo título é “Através do Dicionário e da Gramática.
Estar na pindaíba
Estar na pindaíba é estar na miséria, estar sem recurso. Pindaíba deriva do nome de uma planta que era usada para fazer varas de pesca. “Pinda” (anzol) + “ivva” (vara, haste). A pesca era um dos meios de subsistência dos indígenas. Quando perdiam sua vara de pescar ficavam na pindaíba, isto é, na miséria, sem condições de vida.
Velha coroca
Desde menino eu ouvia essa expressão, mas não me explicavam o significado. Coroca deriva do Tupi “kuruk, que significa resmungão, ranzinza, chata.
Eu caibo
Verbos conjugados na primeira pessoa do Presente do Indicativo (esquisitos): Eu caibo / Eu valho / Eu pulo (verbo Pulir) / Eu compito (verbo competir).
Estamos vivendo num ciclo vicioso
Diga corretamente: Estamos vivendo num círculo vicioso. É muito frequente confundirmos ciclo com círculo. Isso se deve, provavelmente, à semelhança.
O problema é que ciclo se refere a período (ciclo do ouro, ciclo das grandes navegações… No caso, estamos nos referindo ao fato de os problemas não terem fim, é um círculo, cheio de vício, porque se repete muitas vezes e não acaba nunca.
(*) Professor Antônio da Costa é graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Contatos: (088) 99373-7724.



