Há/a – Há/haver
Faz-se muita confusão acerca de “há” e “a”, bem como “há” e “haver”. Entenda agora:
1) Deve-se usar “há”, e não “a”, quando se quer dizer “faz”: Há duas semanas, equivalente a “faz duas semanas”;
2) Se se diz: “Há dois anos que não o vejo”, isso significa que “transcorreram dois anos” desde a data em que ele foi visto até hoje;
3) Já se o ponto de referência não é “hoje”, mas uma data passada, deve-se usar não o presente do verbo “haver” (há), e, sim, o pretérito (havia): Encontrei-o em fevereiro do ano passado e fiquei muito contente, pois havia (fazia) três anos que não nos avistávamos.

Fazem anos que nos amamos!, disse ele à namorada
Não termine com esse lindo amor! Dê uma chance ao amado, no que diz respeito ao Português. Para não estragar nenhuma declaração de amor, presta atenção: O verbo fazer, quando indica tempo decorrido (minutos, horas, dias, semanas, meses, anos…) é impessoal, isto é, permanece sempre na terceira pessoa do singular. Exs.: Faz anos que nos amamos; Faz séculos que ele nos conhecemos; Faz duas semanas que não o vejo; Fazia meses que não nos encontrávamos.
Observação: Os termos minutos, horas, dias, semanas, meses, anos, séculos, que parecem funcionar como sujeito, são, na verdade, objeto direto.

Vem e vêm (Qual a diferença?)
São conjugações do verbo vir. Presente do indicativo: Ele vem à reunião hoje à tarde; Eles vêm à reunião hoje à tarde. Futuro do subjuntivo: Se eu vier; se ele vier; se nós viermos; se vós vierdes; se eles vierem

Grosso modo
Locução Latina que significa: de modo grosseiro, impreciso, aproximadamente. “A grosso modo” não é aceitável.

Grama (= peso)
Com o sentido de peso, grama é substantivo masculino. Mas está quase generalizado o seu uso, errado, como feminino: uma grama; duzentas gramas; quinhentas gramas, em vez de: um grama; duzentos gramas; quinhentos gramas, como seria o correto. Semelhantemente, são masculinos decigrama, centigrama, miligrama, etc.
A palavra grama, no feminino, significa relva, capim. Portanto, é perfeitamente correto dizer: Dê-me duzentos gramas de queijo; Quero setecentos gramas de carne.

“Vende-se casas” ou “Vendem-se casas”?
O correto é: Vendem-se casas. A presença da partícula apassivadora “se” faz a frase ser passiva, ou seja, o sujeito (casas) é quem sofre a ação do verbo, e não quem pratica a ação de “vender”. Equivale a “casas são vendidas”. Em “Vende-se esse carro”, o verbo fica no singular porque o sujeito (esse carro) está no singular. Equivale a: “esse carro é vendido”. Em “Vendem-se carros usados”, o verbo está no plural porque o sujeito (carros usados) está no plural. Equivale a “carros usados são vendidos”.

Trata-se (Concordância verbal)
O verbo fica na terceira pessoa do singular (trata-se), mesmo nos casos em que o substantivo que lhe segue é plural regido de preposição. O sujeito da frase é indeterminado. Diga-se, portanto: Trata-se de negócios escuros (E não: Tratam-se de negócios escusos).

(*) Graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). É, também, funcionário do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Sobral (CE). Contatos: (88) 99868-2517 e (88) 98141-2183.

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