Bom-senso ou bom senso?
Em uma consulta à última edição do Volp, já posterior ao Acordo Ortográfico de 2008/2009, revela que hoje se registra como modo correto de escrever, a forma bom-senso (Academia Brasileira de Letras, de 2009, p.126).
OBS.: Quem tiver bom-senso é bom usá-lo escrevendo “bom-senso”, de acordo como manda a ABL, órgão oficial em definir problemas de Língua Portuguesa e o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.

Mau humor / mal-humorado
O que é mau humor – O mal-humorado é aquele que está irritado, desgostoso com alguma coisa, reclamando de tudo. A expressão “mau humor” vem da reunião do adjetivo “mau”, que se refere àquilo que tem um caráter ruim ou relacionado a maldade e o substantivo “humor”, que é disposição de ânimo. Portanto, devemos grafar assim: mau humor (bom humor) e mal-humorado (bem-humorado).
OBS.: Devemos utilizar o adjetivo “mau” porque é antônimo de bom. Ou seja: mau humor/bom humor. Não devemos usar o advérbio “mal” porque não é antônimo de “bem”, e não é correto dizer: bem humor.

Jogo-da-velha X Jogo da velha
Antes da Nova Ortografia, a expressão acima grafava-se com hífen. Vale a pena lembrar que palavras ligadas por preposição só mantêm o hífen se pertencerem ao reino animal ou vegetal. Exs.: coco-da-baía, joão-de-barro, erva-de-cheiro, bem-te-vi.
OBS.: É sempre bom recordar as exceções: pé-de-meia, água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa. Assim como com as palavras ligadas por “d”, com caixa d’água, pingo d’água, etc.

“Cobrir a imagem com flores” ou “Cobrir a imagem de flores”?
Ambas corretas, mas semanticamente diferentes. Vejamos: o conhecimento das relações prepositivas é de grande importância e muito concorre para a correta estrutura da frase, para a variedade e elegância do dizer. Uma mesma preposição pode exprimir várias relações. Há, ainda, preposições que podem indicar relações próprias de outras proposições a que se vinculam por associação de ideias, semelhança ou analogia.

Assim, tanto podemos dizer: “falei de política” como “falei sobre política” ou “a respeito de política”. Nem sempre, entretanto, essas relações apresentam perfeita sinonímia. Daí, é oportuna a advertência de Afonso Costa: “Quando se diz que uma proposição é sinônima de outra, deve-se entender que é “parcialmente” e que não se equivalem em todas as hipóteses. Percebe-se claramente a diferença que existe entre “cobrir a imagem com flores” e “cobrir a imagem de flores”. No primeiro caso se há de entender que as folhas taparam completamente a imagem; no segundo, que elas foram apenas esparzidas ou acumuladas sobre a imagem.

Mixto-quente / Misto-quente
Misto-quente é um sanduíche feito de pão com presunto e queijo, aquecido na chapa. Mixto-quente não existe (nem mixto-frio).

“Custa-me crer” ou “Custa-me a crer”?
É correto e indiferente o uso de ambas as formas. O verbo custar (seguido de outro infinitivo) admite facultativamente o uso da preposição “a”. ATENÇÃO! A construção “custo a crer”, que todos nós dizemos, é de uso exclusivamente popular. Portanto, no padrão culto, formal da Língua, é considerado incorreta.

Jogo de dama (ou damas)?
Quando se refere a jogo usa-se sempre no plural (damas): Seu Carlos passava horas e horas jogando damas com o neto.
(*) Professor Antônio da Costa é graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Contatos: (088) 99373-7724

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