Um dos elementos que tem marcado o pontificado do Papa Francisco é a valorização dos idosos e a denúncia de que muitas vezes eles são descartados do convívio social e familiar. Nessa mesma linha, a Igreja celebrará o III Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, que será comemorado a cada ano, no 4º domingo de julho.
A celebração ocorrerá nas proximidades da festa de São Joaquim e Sant’Ana, os avós de Jesus, que conceberam já em idade avançada, mostrando que os idosos não são inúteis e que podem construir a história. A instituição deste Dia Mundial pelo Papa Francisco foi motivada pelo contexto da pandemia, na qual os idosos sofreram bastante pelo isolamento e pela solidão. Até mesmo o acesso às igrejas lhes foi tirado, o que agravou ainda mais o sofrimento desses homens e mulheres.
Por isso, a mensagem que o Sumo Pontífice dirige aos idosos é de conforto e de ressignificação dos anos avançados, porque ele mesmo por ser idoso, se diz conhecer os sofrimentos e limitações dessa fase da vida. Contudo, a idade avançada não significa aposento e inutilidade. Francisco confere uma especial vocação aos idosos, confiando-lhes a missão de salvaguardar as raízes, transmitir a fé aos jovens e cuidar dos pequeninos.
De fato, uma das doenças da sociedade moderna é a desvalorização dos idosos, o que acarreta em uma série de consequências: a falta de consciência histórica, a não preservação da memória, a descontinuidade da cultura e de tantos valores da tradição dos povos que orientaram a existência das gerações passadas.
Na Carta Fratelli Tutti, o Papa Francisco adverte que os povos que alienam a sua tradição correm o risco de perder a sua fisionomia espiritual e a sua consciência moral (cf. FT 14). Afirma ainda que o descarte dos idosos empobrece as famílias e “acaba por privar os jovens daquele contato que lhes é necessário com as suas raízes e com uma sabedoria que a juventude, sozinha, não pode alcançar” (FT 19).
Com a criação do Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, a Igreja, através do Bispo de Roma, reza por todos eles e pede a todas as pessoas que valorizem os idosos, respeitem-os, amem-os, escutem-os e não os abandone. Eles representam os saudáveis valores tradicionais, a história das famílias e a memória das sociedades. Uma sociedade que se dissocia de suas raízes está fadada a uma perda de referência moral e à incerteza do futuro.
Infelizmente, é o que está acontecendo com o mundo atual, tentando construir o futuro sem aquelas sólidas bases do passado. Mas ainda é tempo de mudar. Que cada família valorize seus idosos e reconheça neles a fonte da sabedoria, da experiência e da vitalidade que as novas gerações precisam para enfrentar os desafios do futuro, que não serão poucos.

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