Estamos nestes dias vivenciando a oitava do Natal. Somos chamados a uma preparação interior para reviver o intrigante mistério da Encarnação: no seio casto de uma virgem, um Deus se fez homem e veio habitar em meio aos homens.
É justamente o esvaziamento de si mesmo uma das mais belas consequências do amor. Deus se despe de sua divindade e se veste de humanidade. Em um mundo onde os homens querem ser deuses, contemplamos um Deus que quis ser homem.
O Todo-Poderoso e Onipotente revestiu-se da fragilidade de uma criança recém-nascida, naquela fria noite do primeiro Natal. Esse é mais um dos tantos mistérios que só podem ser explicados à luz do amor.
A simplicidade com que Ele se revelou, o tornou vítima da descrença de muitos. Após tantos séculos, após tantos suspiros e preces, o divino Messias, de quem os patriarcas, reis e profetas tanto falaram, chega de uma forma silenciosa e inesperada.
Entender toda essa profundidade é compreender que o Natal é uma experiência de Deus, alicerçada no amor. É válido ressaltar esses aspectos uma vez que muitas celebrações anuais acabam perdendo a intensidade por se tornarem um simples marco do calendário civil e, assim, perde-se muito daquilo que é fundamental nessas datas.
O primeiro Natal, por exemplo, aconteceu em uma noite silenciosa na simplicidade de um estábulo, onde Maria e José encontraram o aconchego necessário para o nascimento de Jesus. Lá, a Palavra se fez carne e marcou definitivamente a história humana.
É interessante notar que o fato de os pais de Jesus não terem encontrado hospedaria para Ele é o prenúncio de que, ao longo da história, muitos homens e mulheres não o acolheriam em seus corações. Maria e José tiveram que ir a um lugar distante do centro da cidade, onde hoje chamamos periferia, e depois Ele falou exatamente àqueles que estavam nas periferias geográficas e existenciais. Jesus nasceu pobre e simples, e sua mensagem destinou-se aos humildes de coração e aos pobres de espírito. Deus se revela a pessoas simples em lugares, talvez, insignificantes. E o Reino de Deus acontece.
Toda essa experiência do Natal se representa no presépio. Diante do Menino Jesus, somos interpelados à conversão da alma. Conversão para Deus, acolhendo-o alegre e fielmente, para que não se repita o “não haver lugar para ele nas hospedarias da cidade”. Conversão para o próximo, procurando semear entre os outros, especialmente entre os mais pobres e abandonados, o amor, a bondade e o perdão.
É assim que devemos esperar a chegada do Messias, nos deixando inebriar pela pureza e pela candura do Deus-Menino. Pe. Zezinho, em uma de suas belíssimas canções, canta os seguintes versos: “quando o Natal acontecer, quando uma estrela brilhar lá no Céu, quando mil sonhos brilharem aqui, em novenas, estarei esperando Jesus.”
Glória a Deus nas alturas e paz na terra a todos os homens de boa vontade que se esforçam para fazer o bem acontecer.
O Jornal Correio da Semana deseja o todos os nossos leitores e colaboradores, um Feliz e Santo Natal e que o Ano Novo chegue com as bênçãos do céu!

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