Salmito Campos (1)

Origem da Escrita Cuneiforme II

A escrita cuneiforme foi criada pelo povo sumério, que se fixou aos arredores dos rios Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia — região que atualmente corresponde a diversos países do Oriente Médio, especialmente o Iraque. Os sumérios desenvolveram a escrita cuneiforme em decorrência da urgência em se registrar reservas de alimento provenientes da agricultura.
Como disse na coluna passada vou explicar aqui que podemos classificar a escrita cuneiforme em dois tipos:

Tipo pictográfico
Os primeiros registros dos sumérios, que datam do III milênio a.C., ainda se apropriavam da utilização de símbolos pictográficos ou ideográficos. Em seu ápice de utilização, havia uma relação de até 2000 símbolos, dos quais cerca de 300 tinham caracteres que, apropriadamente, desenvolveriam a escrita cuneiforme. Por isso, o tipo pictográfico, embora não seja uma escrita propriamente dita, é essencial para o desenvolvimento total da grafia cuneiforme: certos caracteres eram “lidos” da mesma forma que falados, em vez de explicados.

Tipo silábico
O método fonético se mostrou eficiente por transmitir, sem modificações, as instruções inseridas no texto, e, por isso, passou a se tornar prioridade entre os povos mesopotâmicos. Suas fontes mais antigas datam de aproximadamente 2800 a.C. Paulatinamente, os registros criados pelos mesopotâmicos deixaram de ser pictográficos para receberem conotação fonética, ou seja, a expressão artística foi substituída pelo conhecimento ou instrução escrita, agora transmitida por meio de caracteres que remetiam a sílabas.
Isso significava que os registros se assimilavam à linguagem, pois era possível transmitir em fala o que era literalmente escrito nos tabletes. O tipo silábico recebeu forte influência dos acádios, que se apropriaram da escrita cuneiforme e a tornaram mais complexa, inserindo palavras polissilábicas e declinações.

Qual a função da escrita cuneiforme?
Conforme vimos, os primeiros usos de registros em argila tinham como objetivo controlar a produção de alimentos. Com o tempo, esses registros adquiriram maior complexidade, incluindo transações comerciais, registros de posses e demarcações de terrenos.
Com o advento da política, a documentação de bens e taxas, por exemplo, fez-se presente nos registros administrativos das Cidades-Estado. Cartas trocadas entre líderes também se tornaram comuns, não apenas entre uma Cidade-Estado e outra, mas entre diferentes civilizações.
Foi o caso das Cartas de Amarna, coleção de quase 400 correspondências trocadas entre babilônicos e egípcios no decorrer do século XIV a.C.” (https://brasilescola.uol.com.br/historiag/escrita-cuneiforme.htm).

Prof. Salmito Campos
– (jornalista e radialista).

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