ESTATÍSTICAS DE GÊNERO – 3ª EDIÇÃO INDICADORES SOCIAIS DAS MULHERES NO CEARÁ

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Ceará tem a menor taxa de fecundidade adolescente da Região Nordeste.
A presença de crianças com até seis anos de idade nos domicílios tem relação com a menor inserção ocupacional das mulheres. No estado do Ceará, o nível de ocupação, proporção de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, é menor entre as mulheres de 25 a 54 anos que vivem em lares com crianças nessa faixa etária. Entre estas últimas, o nível de ocupação é de 48,5%, enquanto o das que vivem em casas onde não há essa presença de crianças é de 55,5%. Os dados são do estudo Estatísticas de Gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil, divulgado hoje (8) pelo IBGE.
O nível de ocupação dos homens é superior ao das mulheres em ambas as situações: com ou sem crianças vivendo no domicílio. Já quando a comparação é entre homens, o nível de ocupação sobe com a presença das crianças. A proporção dos homens no mercado de trabalho é maior entre os homens com crianças de até seis anos vivendo no domicílio (81,2%) do que entre aqueles que vivem em domicílio sem a presença delas (70,3%).Superintendência Estadual do IBGE no Ceará (SES/CE) Seção de Documentação e Disseminação de Informações (SDI) Informativo para a Mídia
Outro ponto abordado pelo estudo que também ajuda a explicar a menor participação das mulheres no mercado de trabalho cearense é o maior envolvimento no trabalho não remunerado. Em 2022, as mulheres dedicaram quase o dobro de tempo dos homens aos cuidados de pessoas e afazeres domésticos. Elas realizaram 24,4 horas semanais dessas atividades contra 12,6 horas dedicadas pelos homens.

Vida Pública
Em 2022, 36,2% das candidaturas no Estado do Ceará para o cargo de deputado federal foram de mulheres. Em 2023, as mulheres eram 13,6% dos deputados federais da bancada cearense, a terceira maior proporção da Região Nordeste.
Em 2020, data das últimas eleições municipais, entre todos os vereadores eleitos no Estado, 18,8% eram mulheres. Com relação ao poder executivo local, ressalta-se que somente 16,8% das prefeituras do Estado estavam ocupadas por mulheres.

Mulheres eram 25,7% do efetivo das polícias civis em 2019
O percentual de policiais mulheres é um indicador que, além de atender à meta de integrar as mulheres à vida pública, compõe as medidas de assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar. Esse atendimento se dá no âmbito das polícias civis, subordinadas aos governos estaduais. Segundo a Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (Estadic), em 2019, no Estado do Ceará, as mulheres representavam 3,8% do efetivo ativo da polícia militar e 25,7% da polícia civil. No efetivo total, elas correspondiam a 7,1%.

Mulheres ocupavam 28,5% dos cargos gerenciais em 2022
No Ceará, 71,5% dos cargos gerenciais eram ocupados por homens e 28,5% pelas mulheres, em 2022.
Mulheres recebem 73,8% do rendimento dos homens nos cargos gerenciais
Em 2022, o estudo mostra desigualdade de rendimento entre as pessoas nos grupos ocupacionais com maiores rendimentos. Nos grupos de diretores e gerentes, as mulheres receberam 73,8% do rendimento dos homens.Superintendência Estadual do IBGE no Ceará (SES/CE) Seção de Documentação e Disseminação de Informações (SDI) Informativo para a Mídia

Mulheres no ensino superior
Apesar do maior acesso ao ensino superior, as mulheres ainda são ligeiramente minoritárias entre os docentes desse nível de ensino. Em 2022, segundo o Censo da Educação Superior, as mulheres representavam 47,4% dos professores de instituições de ensino superior no Ceará. Essa proporção vem crescendo, ainda que lentamente, na última década, tendo avançado 2,0 p.p. entre 2012 e 2022.
Saúde
A razão de mortalidade materna
A análise dos dados revelou que o Ceará esteve a maior parte do período de 2010 a 2019 cumprindo a meta da ODS 3.1 (de até 70 mortes por 100 mil nascidos vivos). Em 2020, com a pandemia de COVID-19, a razão de mortalidade materna aumentou 68,0% em relação a 2019, alcançando 97,6 óbitos por 100 mil nascidos vivos. Em 2021, o indicador atingiu 107,3 óbitos por 100 mil nascidos vivos com taxa de variação de 9,9% em relação ao ano anterior. Em 2022, o indicador retornou a patamar próximo de 2019, com 56,1 mortes por 100 mil nascidos vivos.

Direitos humanos das mulheres e meninas
Casamentos
De acordo com as Estatísticas do Registro Civil 2021 divulgadas pelo IBGE, no Ceará, 686 casamentos foram realizados com cônjuges de até 17 anos de idade do sexo feminino (2,0% do total de casamentos). O casamento precoce é um fenômeno que impacta mais a vida das meninas do que dos meninos, tendo em vista que foram 87 casamentos envolvendo cônjuges de até 17 anos do sexo masculino (0,3% do total). De todo modo, a incidência do fenômeno vem se reduzindo. Em 2011, 2.940 casamentos foram registrados com jovens do sexo feminino de até 17 anos, representando uma redução de 76,7% entre 2011 e 2021.

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