Fortaleza é a cidade brasileira que mais registrou casos de chikungunya em 2022

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Cidade chegou a 20,4 mil da doença, conforme aponta Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (MS).

Fortaleza é a cidade brasileira que mais registrou casos de chikungunya, arbovirose transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, em 2022. Foram ao todo 20,4 mil registros prováveis da doença na Capital, dos 52.715 registrados em todo Ceará. Dados são de Boletim Epidemiológico elaborado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SINVSA), do Ministério da Saúde (MS), e divulgado na última semana.

Levantamento mostra que, durante o ano passado, a Capital cearense teve o equivalente a 38% de todos os registros prováveis da doença registrados no Brasil até a Semana Epidemiológica (SE) 52. Município teve aproximadamente o índice de 756,5 casos por 100 mil habitantes no período.

Além de Fortaleza, três outras cidades cearenses aparecem no ranking de maior número de casos da doença no Brasil em 2022. Municípios com maior registro foram: Fortaleza, com 20.453 casos, Maceió/AL, com 5.984 casos, Brejo Santo/CE com 3.663 casos, Crato/CE, com 3.384 casos, Juazeiro do Norte/CE com 3.063 casos, Teresina/PI com 2.979 casos e João Pessoa/PB, com 2.952 casos.

Como observado nos dados, cidades situadas no Nordeste brasileiro foram as mais afetadas pela arbovirose no ano passado. Segundo balanço, região concentra 257,4 dos casos por 100 mil habitantes. Em seguida aparecem as regiões Centro-Oeste (36,6 casos por 100 mil habitantes) e Norte (26,4 casos por 100 mil habitantes.)

No geral, até a SE 52 de 2022 ocorreram 174.517 casos prováveis de chikungunya (taxa de incidência de 81,8 casos por 100 mil hab.) no Brasil. “Em comparação com o ano de 2019, houve aumento de 32,4% de casos registrados para o mesmo período analisado. Quando comparado com o ano de 2021, ocorreu um aumento de 78,9% casos até a respectiva semana”, aponta levantamento.

Em relação aos óbitos em decorrência da doença, o Brasil confirmou 94 óbitos para chikungunya em 2022. O Ceará concentra 39 desses registros, o equivalente a 41,5% do total dos casos.

Chegada da quadra chuvosa aumenta casos de arboviroses
No total, o Ceará encerrou 2022 com 52.715 casos de chikungunya. Em relação a outras arboviroses, o Estado teve 44.469 registros de dengue e 497 registros de zika ao longo do ano passado.

Conforme explica o epidemiologista Marcelo Gurgel, todas essas doenças são transmitidas por meio do mosquito Aedes aegypti. Dentre os motivos que podem aumentar a vulnerabilidade de um local para essas patologias, estão, segundo a especialista, “a existência de fontes de instalação e de proliferação do inseto” e a “falta de cobertura dos serviços de saúde”.

De acordo com Gurgel, que é ainda professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), a chikungunya tem uma “repercussão muito grave” por “produzir um quadro de sofrimento crônico”. Em razão disso, essa doença costuma ter menos problemas de subnotificação do que a dengue, por exemplo.

O especialista explica que a chikungunya tem um período de alto pico e nos anos seguintes, devido à resistência adquirida pela população, o índice tende a sofrer um declínio. “Se você tem uma quantidade grande de hospedeiros suscetíveis, você tem mais casos”, frisa ainda.

Marcelo destaca que a chamada “quadra invernosa” está chegando e que tende a existir mais acúmulo de água neste período, o que pode favorecer a proliferação do Aedes aegypti.

Além das ações dos serviços de saúde, como visitas aos domicílios, o profissional destaca a importância da população tomar os cuidados necessários para se proteger.

Dentre as ações que a população pode tomar para evitar a proliferação do mosquito, estão: evitar acúmulo de água em vasilhames, pneus, potes ou em qualquer objeto desse porte, principalmente em terrenos. Além disso, é importante ter atenção dentro da própria casa, evitando acúmulo de água em plantas, por exemplo, e até mesmo na geladeira.

 

Por Márcio Gomes (Redação Jornal Correio da Semana)

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