José, humilde artesão
Ontem, a Igreja Católica celebrou a solenidade de São José, castíssimo esposo da Virgem Maria. Para os cearenses, de um modo especial, é um dia cheio de significado ao celebrarmos o nosso padroeiro e renovarmos as esperanças de um bom inverno, abençoado com fartas colheitas.
Nesse ano, infelizmente não foi possível celebrar presencialmente a festa de nosso querido padroeiro, mas não é por isso que a nossa fé no bondoso santo se apagará. Pelo contrário, agora que precisamos rezar, nesses dias em que completamos um ano que a pandemia chegou em nossos municípios e ganha dimensões desastrosas..
São José, como um bom pai, com certeza está olhando por nós, em meio a um mar de angústias pela perda de tantas vidas e a preocupante situação de nossos hospitais. Ele, que soube resguardar tão bem a Virgem Maria e o Menino Jesus de tantos perigos, também intercede pela extrema clamidade da saúde pública.
Nesse contexto, a Igreja do Ceará, do Brasil e do mundo inteiro teve mais uma razão especial para celebrar essa solenidade no dia de ontem. Estamos vivenciando o Ano de São José, instituído pelo Papa Francisco, chamando a nossa atenção para esse homem tão importante na história da humanidade.
A motivação para tal é a comemoração dos 150 anos da proclamação de São José como guardião universal da Igreja, pelo Papa Pio IX. Para marcar a efeméride, o Sumo Pontífice lançou a Carta Apostólica Patris Corde “Coração de Pai”, uma carta cheia de afeto, nascida do coração paternal do Sucessor de Pedro, voltada à figura de São José.
Isso porque a Tradição Cristã sempre teve uma especial atenção à importância do sim de Maria, mas nem sempre reconheceu com a mesma consciência a importância do Sim de José, o carpinteiro de Nazaré. A aceitação dele também foi crucial para que o plano da Salvação pudesse ser realizado.
É tanto que o Evangelho se refere a José com um termo raríssimo nas Sagradas Escrituras. O título de justo é concedido a poucos personagens bíblicos, por ser sinônimo de santo, um atributo dado somente a Deus no Antigo Testamento. Isso é suficiente para entendermos a pureza e os valores que enriqueceram a vida daquele humilde artesão, que, não obstante suas condições de vida, fora eleito pelo Pai. Portanto, tenhamos fé em nosso bondoso São José, pedindo sua intercessão principalmente pelos nossos governantes, que carregam o peso de tantas decisões, mas que muitas vezes agem e falam de maneira tão inequívoca, nesses dias de luto que estamos vivenciando. Que, pela intercessão de São José, nada nos tire a fé e a alegria.