Maioria dos açudes do Ceará está em situação crítica de reserva de água com níveis abaixo de 30%

Por Samuel Carvalho
Redação Correio da Semana
Segundo dados do Portal Hidrológico do Estado, gerenciado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), extraídos na última quarta-feira (01) a maioria dos reservatórios do Ceará estão em nível crítico de volume hídrico. De acordo com a plataforma, dos 66 açudes monitorados, em 55 o volume de água armazenado está abaixo de 30% da capacidade total. Nos outros 11, o índice é superior a 90%, justamente em setembro, considerado o mês mais seco do ano.
O nível de reserva hídrica no Estado é de apenas 26,4% se for considerado a média de todos os reservatórios analisados. Esse valor tem caído progressivamente desde o fim da quadra chuvosa, em maio, quando havia alcançado 27,9%. Naquela época o número de reservatórios com armazenamento inferior a 30% era 47. A quantidade de açudes que acumulavam nível acima de 90% chegava a 33 e outros 10 atingiram sua capacidade máxima, chegando a transbordar.
A situação no segundo semestre se tornou mais agravante com o fim das precipitações a alta constante das temperaturas, o que tende a agravar a inda mais a situação na maioria dos açudes do estado. Apesar desse cenário, a Cogerh descarta a possibilidade de desabastecimento humano nos 184 municípios cearenses. Embora o nível de água dos reservatórios esteja em estado alarmante, a situação atual é um pouco melhor do que o cenário vivenciado no início do ano. Em janeiro, nenhum dos açudes monitorados apresentava reserva acima de 90%. A média de recarga, por sua vez, era de 24,6%, ligeiramente inferior à registrada nesta quarta-feira.
“O segundo semestre é mais propício à baixa umidade do ar devido à escassez de chuvas. Assim, passamos a ter predomínio de céu claro ou com poucas nuvens. Nos horários mais quentes do dia, observa-se a queda na umidade, que é mais sentida no interior. Em cidades como Tauá, a umidade média mensal de 76% em abril cai para 42% em setembro. Em Fortaleza, a proximidade do mar faz com que os valores não sejam tão baixos, sendo que a média é de 71%”, explicou Meiry Sakamoto, a gerente de meteorologia da Funceme.
Segundo informações da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o estado deve continuar com predomínio de céu com poucas nuvens, baixa umidade relativa do ar e temperaturas mais elevadas nos próximos dias, condições que favorecem a escassez de chuvas. As baixas umidades, além de causarem maior sensação de calor, também podem ter impacto na saúde humana. A orientação é que, em períodos como esse, haja um aumento na ingestão de água, suco natural e/ou água de coco, para manter o corpo sempre hidratado.



