O Ministério Episcopal
Na última terça-feira (16), toda a Diocese de Sobral celebrou solenemente a missa na qual foi ordenado bispo Dom Agnaldo Temóteo da Silveira. A data é histórica para esta porção do Povo de Deus, que envia mais um presbítero de seu clero para exercer o ministério episcopal. No dia 14 de maio, Dom Agnaldo foi nomeado, pelo Papa Francisco, o novo bispo da Diocese de Garanhuns, em Pernambuco.
A Igreja ensina que os bispos são os presbíteros escolhidos para, mediante a ordenação episcopal, receberem a plenitude do sacramento da Ordem. Sua missão primeira, como a de todo cristão batizado, é ser um anunciador da Boa-Nova de Jesus Cristo, que veio ao mundo para revelar o amor de Deus e chamar a todos para a comunhão divina.
“Esta missão divina, confiada por Cristo aos apóstolos deverá durar até o fim dos séculos (cf. Mt 28,20), pois o Evangelho, que eles devem transmitir, é para a Igreja o princípio de toda sua vida em todos os tempos. Por isso, os apóstolos […] cuidaram de constituir os seus sucessores” (Lumen Gentium, 20). Como sucessores dos apóstolos e, em comunhão com o Papa Francisco, cada bispo aceita a vocação de serem os primeiros servidores do Povo de Deus.
Tal como ensinou Jesus, no Reino de Deus, o maior é aquele que mais serve e toda autoridade se traduz em serviço humilde e generoso. São também chamados a testemunhar o seguimento de Jesus Cristo como pastores, mas também como companheiros do povo. É bem conhecida a frase de Santo Agostinho, bispo de Hipona: “para vocês sou bispo, convosco sou cristão”.
Com esta mesma consciência, os bispos da América Latina, reunidos na Conferência de Aparecida, em 2007, assim se expressaram: “Junto com todos os fiéis e em virtude do batismo somos, antes de mais nada, discípulos e membros do Povo de Deus. Como todos os batizados e, junto com eles, queremos seguir a Jesus, Mestre de vida e verdade, na comunhão da Igreja” (Documento de Aparecida, 186).
Esta consciência ilumina, a partir do seguimento de Jesus, uma nova visão do ministério episcopal. Outrora, os bispos eram considerados os “príncipes da Igreja”, quando a Igreja se compreendia como uma sociedade perfeita. Atualmente, em tempos de uma Igreja renovada pelo frescor do Evangelho, resgatam-se aspectos intrínsecos do ser comunidade, como o discipulado, a ministerialidade e a sinodalidade. Cada Igreja particular é chamada a evangelizar a partir do trinômio: comunhão, participação e missão.
Nesse sentido, os bispos são, em cada uma de suas dioceses, os primeiros servidores do Povo de Deus. São os representantes primeiros da unidade eclesial. Possuem o carisma de ter um olhar geral sobre a comunidade e participam da missão do Bom Pastor por excelência, Jesus Cristo. E assim, seguem o conselho-mestre do Papa Francisco de serem “pastores com cheiro de ovelhas”.
Essa é a vocação dos bispos, que recebem a graça da plenitude do sacramento da Ordem e a missão de serem os primeiros servidores do povo. Em sintonia com o Jubileu de 2025, recebem o chamado especial de serem testemunhas da esperança, marcando os caminhos do mundo com a beleza e a fecundidade do Evangelho.
O Jornal Correio da Semana deseja a Dom Agnaldo um ministério fecundo e feliz, ao mesmo tempo que agradece o generoso serviço prestado à Diocese de Sobral.