Os Indígenas no Brasil e a Desumanidade

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Salmito Campos

Hoje, no Brasil existem 305 etnias e 274 línguas indígenas. A maioria dos indígenas brasileiros (57%) não falam a língua indígena. Dessas 305 etnias, o maior número de indígenas, cerca de 46 mil, é a etnia Tikúna.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, aponta que as localidades de índios no Brasil estão distribuídas em 827 municípios e que desse total, 632 são terras oficialmente delimitadas. Há ainda 5.494 agrupamentos indígenas, 4.648 dentro de terras indígenas e 846 fora desses territórios.
Quantos são os Yanomamis? São eles: os ianomâmis, yanomâmis, yanoamas ou yanomânis são um grupo de aproximadamente 35 mil indígenas que vivem em cerca de 200 a 250 aldeias na floresta amazônica, na fronteira entre Venezuela e Brasil. Compõe-se de quatro subgrupos: yanomae, yanõmami, sanima e ninam.
“Os indígenas yanomamis vivem em casas ou aldeias onde se estabelecem mais de uma família, sem a existência de uma hierarquia interna. As decisões são tomadas por consenso. (a democracia da Grécia Antiga).
A religião praticada pelos Yanomami apresenta aspectos tradicionais de muitos povos originários sul-americanos, baseando-se no animismo e no xamanismo. A floresta ou terra-floresta (urihi) se apresenta como um organismo vivo, e seus elementos, como plantas, animais, montanhas e rios, são dotados de espírito. Alguns espíritos desempenham a função de auxiliares dos Yanomami, e são chamados de xapiripë. O contato com eles e toda a intermediação de suas ações são feitos pelos pajés.
A cultura yanomami, como vimos, é baseada no coletivismo e na relação harmônica com a natureza. Nessa estrutura, os pajés (ou xamãs) têm grande importância por serem aqueles que se comunicam com os espíritos auxiliares e conseguem controlar fenômenos da natureza e garantir o bom funcionamento do grupo social em todos os seus aspectos e dinâmicas, o que inclui o lado espiritual.
Os indígenas yanomamis possuem um amplo conhecimento dos rios amazônicos e da flora local. No caso das plantas, elas são utilizadas para diversas finalidades, que vão desde a medicina até a construção das casas e aldeias.” (brasilescola.uol.com.br).
Atualmente, em 2023, sabemos que nos últimos quatro anos os indígenas yanomamis não foram atendidos na saúde e educação pelas autoridades competentes para auxiliarem na época da pandemia. Por isso, muitas crianças e adultos morreram e outras tantas estão desnutridas com malária e doenças verminoses. Faz parte, também, da invasão dos garimpeiros que ficaram à vontade para explorarem minérios nas terras que não são suas.
Para reflexão citamos Ghandi: “No mundo há riqueza suficiente para satisfazer as necessidades de todos, mas não para alimentar a ganância de cada um”. Mas, ao mesmo tempo podemos ver na Bíblia em Mateus – 24:12: “Haverá tanta maldade que o amor de muitos esfriará”.
Esse desprezo pelos indígenas trata-se de uma crueldade inacreditável. Não é possível mensurar tanto desamor pelo ser humano. Isso doe nas nossas veias, doe no coração, doe profundamente na nossa alma. Precisamos dar um fim a essa barbaridade.

Prof. Salmito Campos – (jornalista e radialista).

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