PACUJÁ 64 ANOS: 22 DE SETEMBRO, GRANDE DATA QUE A VIRGEM ESCOLHEU

A narrativa histórica designa Pacujá como a cidade das mil singelezas. É uma das menores cidades dos 184 municípios do estado do Ceará, assim como a maioria dos municípios brasileiros os aspectos de sua formação estão ligados aos conflitos coloniais, de acordo com a historiografia local.
Silva Júnior (2015) quando estuda sobre a Igreja Católica e o cenário urbano no Ceará defende o argumento de que a formação das vilas cearenses é proveniente, também, do erguimento de capelas aos redores de fazenda de criação de gado, onde em algumas ocasiões uma população de povoados se reuniam para celebrar os sacramentos e as fes
tas religiosas.
A palavra Pacujá deriva da língua indígena tupi, com significado de fruto da pacova, uma variedade de banana típica da região, a palavra também quer dizer, folha de enrolar. A cidade das mil singelezas é resultado de vila que foi oriunda de uma fazenda, predominando as culturas de gado e agrícolas.
Descrito em cronologia sobralense, obra de Pe Sadoc, pela lei provincial nº 2054 é criado o distrito da Paz de São João, em 29 de novembro de 1883, município de Sobral, dois anos depois, pela lei 2104 foi transferido ao termo de São Benedito, e pelo decreto nº 87 de 1892 volta a pertencer a Sobral.
Novamente o distrito ainda passa pelo território de São Benedito, de acordo com os decretos estaduais de nº 193 de 201051931 e 1153 de 04/12/1933. Passa a ser município pela lei de nº 3702 de 22 de julho de 1957, se desmembrando de São Benedito, porém foi somente em 22 de setembro que foi emancipado, a grande data que a virgem escolheu, conforme nos descreve Pe Jacó Leôncio Lopes na letra do hino do município.
“No céu já se escondia a argêntea luz da deslumbrante lua! No mesmo instante o majestoso sol banhava o solo pacujaense e com seus primeiros raios de luz e anunciava o nascimento de uma nova cidade, de origem simples, de povo humilde e hospitaleiro” (Revista comemorativa dos 60 anos de Pacujá)
É considerado o fundador da Vila Belmonte, o padre Vicente Jorge, que era o responsável pela ordenação eclesiástica da região, onde estruturou-se famílias com a construção da capela em honra a São João Batista, tido pelos munícipes como o “grande amigo, herói e benfeitor”, adjetivos estes descritos na letra do hino do município.
Não podemos deixar de falar em Francisco Júlio Filizola, este a historiografia pacujaense pouco fala, mas sabemos que foi o grande lutador para emancipação do município.
Atualmente somos uma cidade que grita por um desenvolvimento econômico e cultural, temos escola profissionalizante, escola estadual, escola de ensino privado, agência dos correios, do banco do Brasil, loteria da caixa, delegacia da polícia civil, balneários, bares, comércio para abastecer a população com gêneros alimentícios, postos de gasolina etc. Desde 2009 somos paróquia, temos como atual pároco, Pe João Jesuíno Marques, e presença das irmãs da congregação missionárias reparadoras do coração de Jesus.
Em Pacujá temos muitos jovens em processo formativo na Universidade Estadual Vale do Acaraú e, nos institutos de ensino superior presente na cidade de Sobral, polo universitário e comercial da região, ainda possuidora de jovens que já se encontram formados nas mais diversas áreas e outros que mudaram para o Rio de Janeiro e São Paulo a procura de oportunidades de trabalho.
A cidade é governada pelo jovem prefeito, Raimundo Rodrigues de Sousa Filho, filho do ex-prefeito da cidade, Raimundo Rodrigues de Sousa e ex-prefeita, Maria Lucivane de Souza, ele obteve êxito numa disputa acirrada nas eleições municipais de 2020, contra a candidata da oposição, Elisangela Nirlane Freire Aguiar, com uma maioria de apenas 280 votos.
Sobre a política partidária em Pacujá percebemos que vai em desencontro com a proposta do Papa Francisco, com uma política pautada no bem comum da coletividade, mas em interesses pessoais, no egoísmo desmedido e desenfreado, na ambição por bens materiais.
Nos afirma o Papa Francisco “A política, segundo a doutrina social da Igreja, é uma das maiores formas de caridade, porque significa servir ao bem comum”, nesse sentido, quando há uma busca pelo bem comum, consequentemente haverá um desenvolvimento em todas as áreas do município, mas se houver somente um interesse dos atores políticos, não haverá progresso.
Nesse entendimento, celebrando mais um ano de emancipação política de Pacujá, procuramos destacar nas palavras do sumo pontífice o desejo para nossa cidade, “O futuro exige hoje o trabalho de reabilitar a política, que é uma das mais altas de caridade, o futuro exige também uma visão humanista da economia que promova cada vez mais e melhor a participação das pessoas, evitando elitismo e erradicando a pobreza”
FRANCISCO SILAS LOPES SIMÃO – HISTORIADOR- 000062/CE



