Nesta semana, em que celebramos a oitava da Páscoa, fazemos memória do acontecimento fundante da fé cristã: a Ressurreição do Senhor, a grande festa da vida. A ressurreição celebra o triunfo da vida contra todas as forças que se opõem a ela. À primeira vista, depois de tudo o que aconteceu na sexta-feira da Paixão, parecia que Deus havia perdido o controle da história e a soberania sobre o mundo criado.
De fato, olhando ao nosso redor, percebemos que a morte é a grande senhora de tudo o que é criado e histórico, pois nada lhe escapa. Tudo é mortal. Porém, há um impulso de vida em toda a natureza. E mais ainda, no ser humano, tudo em seu ser clama por vida plena. Há um desejo de vida no ser humano.
Na ressurreição de Jesus, esse anseio de vida é direcionado para a eternidade, para a vida infinita com Deus. Nele, a vida foi mais forte do que a morte e resistiu às torturas da maldade humana. A última palavra de Deus é sempre de vida, de ressurreição, de exaltação.
Nesse sentido, o núcleo da fé cristã não é a memória de um herói morto no passado, mas na presença de um Vivente agora. No Cristo Ressuscitado, sossega o coração cansado de tanto perguntar pelo sentido da vida. Ele foi o primeiro dos mortos a receber a plenitude humana da vida.
Assim, a Páscoa é a prova de que nunhum projeto de violência e de morte terá a última palavra. A maior notícia que a humanidade poderia receber é justamente: “Ele não está aqui. Ele ressuscitou”. Esse é o caminho aberto para os homens. Essa é a nossa esperança futura. A ressurreição dele representa a nossa.
Celebrar esta grande festa da vida é recordar que o desembocar feliz desponta para a vida eterna. É isso que nós herdaremos após esta fatigante vida terrena, sujeita à fraqueza, à dor e ao sofrimento. E mesmo neste corpo mortal, somos convidados a manifestar sinais de vida plena aos nossos irmãos. Essa vida nova da Páscoa já começa aqui, embora de forma imperfeita.
Portanto, a mensagem da ressurreição é a mensagem da vida. E os seguidores do Ressuscitados devem ser os militantes da vida plena para todos. Afinal, o túmulo vazio é sinal de esperança diante dos sinais de morte que existem neste mundo de tal forma que a ressurreição de Jesus é também sinônimo de libertação, de resistência e de compromisso total com o Reino de Deus.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *