Perfil das despesas no Brasil: Indicadores de qualidade de vida
Norte (0,225) e Nordeste (0,209) apresentaram as maiores perdas de qualidade de vida entre as grandes regiões. Sul (0,115) e o Sudeste (0,127), as menores.
O Maranhão (4,897) tinha o menor índice de desempenho socioeconômico (IDS) do país. O maior foi registrado pelo Distrito Federal (6,970).
O Ceará apresentou um IDS de 5,626, o 17º no ranking nacional.
A perda na qualidade de vida das pessoas que vivem nas áreas rurais do país é quase duas vezes superior à daquelas que vivem nas áreas urbanas. Essa é uma das conclusões do módulo Perfil das despesas no Brasil: indicadores de qualidade de vida, da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, divulgado hoje (26), e que traz dois indicadores novos que medem a qualidade de vida da população. O estudo integra o conjunto de estatísticas experimentais do IBGE.
A publicação que destina-se a avaliar a qualidade de vida da população brasileira através de um índice de perdas ou privações multidimensionais, o índice de perda de qualidade de vida (IPQV) e do índice de desempenho socioeconômico (IDS).
O índice de perda de qualidade de vida (IPQV) leva em conta moradia, acesso aos serviços de utilidade pública, saúde e alimentação, educação, acesso aos serviços financeiros e padrão de vida e transporte e lazer. O indicador vai de 0 a 1 e, quanto mais perto de zero, melhor a qualidade de vida.
O Maranhão foi o Estado que apresentou o maior valor de IPQV (Índice de perda de qualidade de vida), 0,260, o que significa que ele reúne a maior perda na qualidade de vida do Brasil. No Ceará, esse indicador foi de 0,189, um dos menores do Nordeste.
O Norte (0,225) e o Nordeste (0,209) foram as regiões que apresentaram as maiores perdas de qualidade de vida. Já o Sul (0,115) e o Sudeste (0,127) tiveram o IPQV abaixo do nacional. O do Centro-Oeste foi de 0,159. “Essa é a terceira divulgação da série do Perfil das despesas no Brasil. Com os resultados das duas divulgações anteriores, já era possível apontar que havia perdas mais concentradas no Norte e no Nordeste, mas não podíamos mensurar precisamente a proporção dessas privações. O IPQV apresenta esses dados de forma concreta”, explica o analista da pesquisa, Leonardo Oliveira.
A renda disponível familiar per capita (RDFPC) no Estado foi a sexta menor do País (em que a menor foi registrada no Maranhão, R$ 195,60), de 1.026,97, fazendo com que o valor do Índice de Desempenho Socioeconômico (IDS) ficasse em R$ 833,23 – nono menor entre as Ufs.
O Estado que apresentou a menor perda de qualidade de vida foi o de Santa Catarina, com o IPQV de 0,100. Contudo, por ter uma renda inferior ao de outros Estados, sua posição avaliada pelo progresso econômico é a quarta maior com o valor de R$ 1.765,16.
O Índice de Desempenho Socioeconômico (IDS) do Brasil foi 6,201, que representa a média dos valores das Unidades da Federação, ponderadas pela proporção de suas respectivas populações. Para esta análise utilizou-se o valor do Brasil como parâmetro para comparar os resultados das Unidades Federativas.
Das 27 Unidades da Federação, apenas nove obtiveram resultado superior ao valor registrado para o Brasil. O Distrito Federal e São Paulo foram as que apresentaram os maiores valores do IDS, 6,970 e 6,869, respectivamente. Por conseguinte, 22 Estados registraram um IDS abaixo do valor da média do País.
Todos os Estados da Região Nordeste e Norte estão neste grupo, sendo Sergipe o ranqueado mais elevado do Nordeste com IDS de 5,879 (5,2% abaixo do Brasil) e Roraima o com maior IDS da Região Norte, 5,874, O Ceará apresentou um IDS de 5,626, o 17º no ranking nacional.
Uma vez calculado o IPQV, é possível inferir quais dimensões impactam mais o índice. No Ceará as maiores contribuições vieram do Acesso a serviços financeiros e padrão de vida (21,6%) e da Educação (19,9%). Já as menores contribuições vieram de Saúde e alimentação (13,1%) e Transporte e lazer (13,4%).
Dos estados do Nordeste, o Ceará era com maior contribuição vinda da Educação e do Acesso a serviços financeiros e padrão de vida, mas também foram as maiores contribuições nos demais estados nordestinos.
Fonte: Unidade Estadual do IBGE no Ceará
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