Eis que estamos entramos na semana de mais um Dia das Mães, que será comemorado no próximo domingo, 14 de maio. Trata-se de ocasião que tem tudo para refortalecer os sublimes laços que unem mãe, pai, filhos, filhas, enfim, a família. Lamentavelmente em milhões de lares a sensibilidade aos sentimentos de gratidão e afeto anda meio adormecida, sendo um dos mais fortes motivos a força do consumismo desenfreado.
Assim sendo, nessas alturas a maioria dos filhos apela para o presente material, para a alegria dos comerciantes. Tendo como comprar e dar, um agradinho não faz mal, não. O que não pode é esquecer que o presente mais desejado não está à venda: a presença física, envolta do máximo de gratidão, carinho e respeito à homenageada.
Quanto àqueles que ainda têm mães consigo, insisto: Ouça um órfão. Muitos deles hoje amargam dissabores por não terem agirem no tempo devido, quando ainda podia contar com elas. Ouvindo e obedecendo às suas orientações seguramente a consciência não cobrará, por exemplo: Por mais que lhe dei mais carinho, atenção e declarei o amor ainda em vida? Por que não lhe pedi perdão? Por que não agradeci mais o que elas fizeram por mim? Por que não fiz isso? Por que não disse aquilo? etc.
Essas indagações começarão a perturbar o (a) filho (a) assim que sua mãe fechar os olhos. E o pior: só cessará quando o filho (a) também cerrar os seus olhos.
Agora, quanto aos que também já estão na orfandade, como é meu caso, não somente hoje, mas sempre, a sugestão que voltem o olhar para as mamães dos abrigos, para as pobres e sofridas, as discriminadas e marginalizadas e para as ignoradas pelos filhos de sangue ou por suas famílias. Elas são dignas do mesmo carinho e respeito que seria dispensado à mamãe do órfão, que poderá ser reconhecida/lembrada numa dessas figuras. Outra coisa: que cada órfão procure alertar os que ainda têm mães, orientando-os a cuidarem mais delas e a as tratarem melhor, a fim de que não sejam apenados pela consciência no futuro
Em 2011, aos 87 anos partiu minha mãezinha Gerarda Alves da Costa. Em sua infinita bondade, naquele dia Deus me colocou ao lado dela, segurando-lhe a mão, numa união tão íntima que até seu último suspiro detectei claramente. E naquele instante único e mágico para mim, o soltar a minha mão significou: Vai, filho! Prossiga na estrada que eu e seu pai Gonçalo apontamos! Não te desvies dela, pois com certeza ela te levará à Casa do nosso Pai, para onde estou seguindo agora e em paz!

História
A ideia era fortalecer os laços familiares e o respeito pelos pais. A luta de Anna Jarvis durou três anos seguidos. A primeira celebração oficial aconteceu somente em 26 de abril de 1910, quando o governador de Virgínia Ocidental, William E. Glasscock, incluiu o Dia das Mães no calendário de datas comemorativas daquele estado. Imediatamente, outros estados daquele país aderiram à comemoração. Finalmente, em 1914, o então presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, unificou a celebração em todos os estados, estabelecendo que o Dia Nacional das Mães deveria ser comemorado sempre no segundo domingo de maio. A sugestão foi da própria Anna Jarvis. Em pouco tempo, mais de 40 países adotaram a data.
No Brasil, O primeiro Dia das Mães foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, no dia 12 de maio de 1918. Em 1932, o então presidente Getúlio Vargas oficializou a data no segundo domingo de maio. Em 1947, Dom Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica. Pena que temos de corroborar com Anna Jarvis quanto à comemoração da data no Brasil, onde se configura mais como uma data comercial. Um dia de grandes negócios para o comércio.

Lamento
“Não criei o Dia das Mães para ter lucro”, disse, enraivecida, Anna Jarvis em 1923. De tão triste, naquele mesmo ano, entrou com um processo para cancelar a data, mas não obteve bom êxito. Passou praticamente toda a vida lutando para que as pessoas reconhecessem a importância das mães, chegando a usar até recursos próprios na causa. Lamentava o fato de as pessoas não agradecerem o amor que recebem: “O amor de uma mãe é diariamente novo”. Anna Jarvis morreu em 1948, aos 84 anos. Recebeu cartões comemorativos vindos do mundo todo, por anos seguidos, mas nunca chegou a ser mãe.

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