POUCAS E BOAS
Muito obrigado, dona Gerarda!
Ontem (15/09), se viva estivesse, minha amada mãe, Gerarda Alves da Costa, estaria recebendo felicitações pelo centenário do seu nascimento. Pena que doze anos antes disso (2011) ela foi para a Casa do Pai juntar-se a seu querido esposo Gonçalo Alves da Costa, vários filhos e muitos outros familiares e amigos que lá já faziam morada.
Mesmo ausente fisicamente, sua forte presença espiritual fez com que o 15 de setembro fosse muito especial para seus descendentes. A prioridade foi ratificar a gratidão a Deus pelos 87 anos vividos por dona Gerarda, com dedicação e amor imensuráveis por sua família e por aqueles com quem ela apenas conviveu. Além de momento para agradecer, este 15/09 serviu para estimular a rememoração de fatos da vida de nossa matriarca, que jamais cansou de repassar sua simples, mas sábia, maneira de viver moa moe e na paz e também sempre ensinando o bem viver a todos.
Nesse relembrar de passagens inesquecíveis veio-me à memória o dia da partida de minha mãe. Em sua infinita bondade, naquele dia Deus me colocou ao lado dela. Segurando-lhe a mão, senti uma união tão íntima que até seu último suspiro detectei claramente. E naquele instante único e mágico, o soltar a minha mão significou: “Vai, filho! Prossiga na estrada que eu e seu pai apontamos! Não te desvies dela, pois com certeza ela te levará à casa do nosso Pai, para onde estou indo em paz”. (Parte dessa emoção tornei pública por ocasião da Missa do 7º dia em sufrágio de sua alma, conforme descrito abaixo)
Segunda-feira, 27 de junho de 2011, 5h10min da madrugada. Data e hora que ficaram gravadas para sempre na memória dos 13 filhos, muitos netos e bisnetos da nossa GERARDA ALVES DA COSTA; na memória dos demais familiares e dos que pertenciam ao seu círculo de amizade.
Para quem se permite nortear pela visão limitada da emoção, foi o momento exato em que a doença causou a morte do seu corpo, apesar da sua brava luta pela vida. Foi o adeus aos familiares e amigos que permanecerão mais um tempo por aqui, na esperança do reencontro por lá. Foi a ocasião em que sua ausência física fez instalar-se um imenso vazio em sua família. Mas de tudo isso o tempo se encarregará e aos poucos todos a isso se acostumarão. Basta ter fé e esperança.
Para os que se deixam conduzir pela esperança e iluminar pela fé a lembrança imorredoura da partida de nossa Gerarda tem significado muito mais profundo. Para esses, naquela ocasião Deus assinou o certificado de que naquele dia a saúde da alma de dona Gerarda deu vida a um corpo agora glorioso, tornando-a, assim, vencedora diante da morte. A fé e a esperança também asseguram que o 27 de junho se transformou no dia do grande abraço dela no seu saudoso esposo Gonçalo, nos outros 9 filhos, nos familiares e amigos também já falecidos. E para os que têm fé, lembrar-se do 27 de junho como o dia da presença de dona Gerarda diante do Pai Eterno será o bastante para que todos fiquem preenchidos pela paz que vem de Deus.
Nossa inesquecível Gerarda Alves da Costa nasceu na serra Meruoca (CE) em 15 de setembro de 1923, sendo a última filha a falecer do casal Francisco Xavier Bôto e Albertina Muniz Farrapo. Ainda menina foi morar no distrito de Bonfim, onde se casou com Gonçalo Alves da Costa com quem gerou 22 filhos, dos quais 12 ainda vivos.
Os poucos recursos financeiros e a falta de escolarização não foram empecilho para que o casal conduzisse sua grande família sempre no caminho do bem. Caridade, humildade, otimismo, perseverança, amor ao próximo e, acima de tudo, a fé em Deus foram os instrumentos com os quais nossa Gerarda enfrentou a vida durante seus 87 anos. Foi uma batalhadora pela vida digna e exemplar.
Equilibrada no falar e no agir, silenciosa diante das ofensas, defensora e promovente da concórdia e do perdão e esbanjadora no fazer caridade. Foi uma missionária da paz.
Serenidade e paciência – Sua marca registrada, o que se comprova nos momentos de dores fortíssimas nos seus últimos dias. Além de procurar tranquilizar quem a acompanhava em seu sofrimento, ainda tentava amenizar a dor de quem estivesse próximo. Nem mesmo as agonias da morte lhe fizeram abrir mão das virtudes que mais unem o homem ao Pai. A Ele, a Jesus e a Nossa Senhora nossa Gerarda entregou-se completamente com muita resignação. Foi uma guerreira da fé.
Com sua partida para o descanso eterno dessa batalha vencida na terra, o exército criado por nossa Gerarda segue pela vida, usando suas mesmas armas. O caminho do bem ficou traçado. Basta segui-lo.
Agradecemos a todos que estiveram presentes nos momentos de alegria e de tristeza de sua vida. À nossa querida mãe, avô, bisavó, tia, cunhada, sogra e amiga Gerarda, o perdão por nossas falhas ou omissões. Muito obrigado! E a Deus também por nos ter dado tão valioso presente.
A Deus pedimos que a mesma luz que iluminou nossa Gerarda Alves da Costa também nos ilumine, a fim de prosseguirmos trilhando o caminho que nos levará a ficar eternamente ao lado do Pai Eterno.
É a eterna gratidão em nome dos filhos: Francisco, Fransquinha, Neuma, Edmilson, Elza, Antônio, Artemísio, Carlos, Armando, Heraldo, Rejane, Cleide e Patrícia.