artemisio da costa 2

(Des)animalizar

E uma palavrinha que merece muita atenção quando do trato com animais, racionais ou não, a fim de evitar confusão no lidar com cada um deles. É o que se pode sugerir a pais que preferem os animais aos filhos. Infelizmente, observa-se que hoje cresce muito o número de bichos tratados como gente e muita gente levando a vida de cão ou, pior que isso.
Muitos reservam aos bichos o tempo e a dedicação que deveriam dar aos filhos. Os bichinhos merecem toda proteção e carinho, principalmente os sem donos ou quando esses são irresponsáveis. O inconcebível é, por exemplo. uma mãe tratar seu filho frequentemente por cachorro e zangar-se quando alguém usa a palavra “cachorro” em vez do nome de ‘batismo’ do seu cãozinho.
Cães (e gatos), especialmente, com direito a tratamento vip: comida e acomodações de qualidade, visitas frequentes ao médico (veterinário), cabeleireiro, fraldas, roupinha, lacinhos, óculos protetores, lugar especial no veículo, além de serem cuidadosamente acompanhados quando passeiam pelas ruas.
Não resta dúvida de que é um dever tratar bem os animais (irracionais). Mas, e os outros? Os racionais. Não daria para repartir um pouco com eles através da solidariedade?
Enquanto isso, inveja dos bichinhos e o sentimento de revolta tomam conta de crianças e idosos famintos, sem teto, seminus, sem direito à saúde de qualidade, ignorados pelas ruas. É a prova incontestável de que muitas pessoas estão, ao mesmo tempo, animalizando-se e desanimalizando os animais.
Está mais que na hora de animalizar mais os animais, a fim de deixá-los gozar do direito de serem animais e não “gente”. Por outro lado, já passa da hora de certas pessoas desanimalizarem-se. Assim, passarão a respeitar o direito de muitas pessoas sentirem-se e serem tratadas como gente.
Enfim, nem os animais merecem o tratamento que muitas pessoas estão recebendo e nem muitas pessoas merecem o tratamento de animais. Urgente, urgentíssimo se faz respeitar-se mais os bichos, inclusive o homem.

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Ainda vai?
Pelo que tomei conhecimento, vai mais não. Porque “não deu nem pra tirar o que gastei para me eleger”. Foram as palavras de um vereador sobralense desiludido com o “baixo” salário de parlamentar. Dois alertas: O primeiro, e principal, para a população: em breve irão reaparecer muitos desses aventureiros mal-intencionados. O segundo, para possíveis candidatos que acham que irão enriquecer da noite para o dia. Isso, não! Mas dá para tirar a barriga da miséria ligeirinho, ligeirinho. Mas se contar com os vergonhosos conchaves e “toma lá dá cá”, o bolso engorda mais rapidamente.

E como dá!
Agora, se conseguir a vitaliciedade no cargo com a conivência de uma lei falha e a anuência de parte do eleitorado, como a maioria consegue, aí pode amarrar o burro na sombra. Ainda bem que o dono da frase não tem cacife pra isso. Menos um.

Alô, Secretário de Cultura!
Por reiteradas vezes, aqui e no Rádio, tenho defendido o resgate das demais obras de Domingos Olímpio (1851-1906), autor do consagrado romance Luzia-Homem. Além de reconhecer-lhe o imenso valor, enriquece ainda mais nossa literatura e mata a curiosidade de muitos leitores. Só lembrando: Os descendentes do escritor residem na capital carioca.

Dele também
Muita gente ainda pensa que o escritor sobralense escreveu apenas sua obra-prima “Luzia-Homem”. Para conhecimento dessas pessoas, também são de Domingos Olímpio: Rochedos que choram; A perdição; Túnica de Nessus; Tântalus (dramas); Um par de galhetas; Domitília (comédia); Os maçons e o bispo; História da missão especial em Washington; A questão do Acre; Uirapuru; A loucura na política e O negro.

Já vai, já vai, já vai
Empregados (balconistas) de farmácias assimilaram ao pé da letra a forma apressada de atender à clientela, implantada por um empresário em Sobral. Certa vez, seu conhecido “Já vai, já vai, já vai…” chegou a atropelar e a interromper por três vezes o pedido de um freguês. De tanto devolver o remédio errado, desistiu da compra.

Já vou, já vou, já vou
Os vexadinhos estão ajudando a engrossar o coro de clientes que, por sua vez, já ensaiam o “já vou, já vou, já vou… procurar outro estabelecimento”. Os comerciantes que preservam o tradicional “nem oito, nem oitenta” agradecem àqueles que continuam optando pelo atendimento vapt-vupt.

E o fumo levou!
Ontem (14) lembrei o nascimento do extraordinário instrumentista Jacob do Bandolim, em 1918, no RJ, onde também morreu em 13.08.1969. Já hoje lembro a morte de Nat King Cole (Nathaniel Adams Coles), em 15.02.65, nos EUA, onde também nasceu em 17.031919. Jacob, sem dúvidas, é um dos pilares do choro no Brasil e imortalizou Noites Cariocas, Doce de coco, Vibrações e outros sucessos. Nat imortalizou canções, como Mona Lisa, Stardust, Unforgettable, “Quizás, Quizás, Quizás”, quer cantando em inglês, espanhol ou até em Português. E muita gente continua cometendo o mesmo erro que ceifei tão cedo essas duas vidas preciosas.

Suicídio lento
Por ter o hábito de fumar diariamente três maços de cigarro, Nat King Cole teve problemas na garganta, destruiu sua bela voz e morreu de câncer. Já Jacob devorava cinco maços, o que muito contribuiu para sua morte precoce no terceiro enfarte, aos 51 anos.

Jacob e os maços
Quem contou essa foi o jornalista e músico Sérgio Bittencourt (1941 – 1979), filho do extraordinário Jacob do Bandolim. Depois de um longo interrogatório e de descobrir que a marca preferida de Jacob era Minister, o médico o aconselho a diminuir a quantidade para 1 maço, pelo menos. O famoso bandolinista ficou triste, mas disse que iria obedecer à recomendação.

Cinco em um
Revisitando o doutor, que fez novo interrogatório, Jacob do Bandolim assegurou que só estava fumando 1 maço de Minister por dia. Desconfiado, o médico disfarçou ter acreditado. Já aos amigos o bandolinista confessava: “Realmente só estou fumando 1 Minister, mesmo”. E logo acrescentava: “Mais também 1 maço de Continental, mais 1 de Hollywood, mais 1 de Capri e mais 1 de Marlboro”. Quer dizer: Continuava se matando com os mesmos 100 cigarros diários.

Pernas curtas
O doutor logo alcançou Jacob do Bandolim na mentira, mas nada pode fazer. Apesar de muito longas, as pernas de Jacob não conseguiram escapar das passadas da morte, que também o alcançou aos 51 anos de idade. Jacob Pick Bittencourt, compositor, instrumentista e funcionário público (Escrivão de Polícia), filho do capixaba Francisco Gomes Bittencourt e da polonesa Raquel Pick, nasceu no dia 14.02.1918, no Rio de Janeiro (RJ), onde também morreu em 13.08.1969.

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