Que ideologias estão por trás de nossas dificuldades?

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Veja bem, a atual situação em que nós brasileiros passamos. É que o valor do litro da gasolina, de maneira geral, beira os R$ 5,00, a tarifa da energia elétrica nos chega com bandeira vermelha, o preço dos alimentos só aumentam, porém, os índices da inflação, segundo os órgãos especializados, são bem baixos. Mas dá para perceber a tentativa de confundir e ludibriar a população, para preservar a prática extorsiva do empresariado. Afinal, quem eles pensam que enganam?
Como afirma a geógrafa Maria Adélia Aparecida, precisamos saber que ideologias estão por trás de medidas expressivamente favoráveis aos detentores do poder e bem onerosas para a sociedade. Certa ocasião, a Geógrafa, ao conduzir um debate em torno da viabilização da pesquisa científica, chamava a atenção para o fato de projetos importantes não saírem das prateleiras universitárias, por falta de investimento. Há vários anos, em São Paulo, dois projetos, aos quais, acadêmicos dedicaram anos de suas vidas, foram rechaçados: um seria a fabricação de um veículo com fibra de bananeira, mas com resistências a grandes impactos; o outro, um carro movido a hidrogênio (produto barato e não poluente).
Presumo que o produto fabricado com insumos baratos representaria um concorrente perigoso para as montadoras tradicionais; no segundo caso, imagino que a industrialização de tal combustível representaria a quebra da empresa que comercializa gasolina fóssil. Outra questão intrigante é a falta de investimento na cura ou prevenção de algumas doenças. A ideologia, que se esconde por trás da inércia nesta área, é também o lucro. A indústria farmacêutica não iria investir em pesquisas direcionadas a populações que não lhe garantissem retorno financeiro. Somente, no final de abril, deste ano, a OMS – Organização Mundial de Saúde – anunciou os primeiros testes da vacina contra a malária, na África. Não há perspectiva para o Brasil. A região Norte, local de reincidência da infecção, que espere. A maioria da população é pobre, portanto, negligenciada. O Governo não Age.
Diante deste cenário, queremos também as justificativas para o menosprezo de vários setores da sociedade pelas fontes alternativas de captação e geração de energia. O fato é que estamos num país tropical, com sol radiante, mas a energia solar é aproveitada de forma esporádica. Uma ONG ali, um grupo religioso acolá, um empresário solitário mais à frente têm figurado neste ramo. Do mesmo jeito é a energia eólica. Só no Ceará, dispomos de mais de 570 km de litoral, maravilhosamente invadido pelo vento, mas este potencial é desperdiçado. Eta, se fosse o contrário, só queria ver a cara dos dirigentes Enel, com falta de escrúpulos ao emitir duas contas por mês, a preços espoliativos. Penso que nenhuma nação evolui cultivando a exploração e as desigualdades.
Então, enquanto a coisa não mudar, só nos resta sonhar. Neste sonho, passamos a noite com o condicionador de ar ligado, porque a energia tem um preço irrisório; nossos carros de fibra de bananeira são abastecidos com hidrogênio. Um tanque cheio custa algumas moedinhas de reais. O melhor de tudo é que não há poluição deste produto. Só sobra água ao invés de dióxido de carbono. E digo mais, a inflação do mês é tão baixa que IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo) dá uma subidinha nos números só para fazer figura. Pense!

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