Ir. Carminda Amélia Carvalho Alves, mrcj
Celebrando o Mês das Vocações e a dinâmica do chamado, o Servo de Deus Joaquim Arnóbio de Andrade, com palavras simples, deixa seu recado e mostra como as pessoas vocacionadas devem ser na comunidade, na oração e na inserção de serviço aos irmãos. Ninguém é chamado para si mesmo, sempre é impulsionado para uma missão: o desejo de sair de si e ir ao encontro do outro por amor a Jesus e ao Reino de Deus.

VOCAÇÃO: PROMOÇÃO PARA O OUTRO
Pe. Joaquim Arnóbio de Andrade
Em suas cartas São Paulo nos adverte: “Exorto-vos, pois, – prisioneiro que sou pela causa do Senhor –, que leveis uma vida digna da vocação à qual fostes chamados”, Efésios 4, 1. Por isso se deve viver uma vida digna da vocação: 1. Espiritual, 2. Intelectual e 3. Psiquicamente.
Chamados a viver em comunidade é necessário aprender a viver em família, em grupo. Aceitando o outro, referenciando o outro, respeitando o outro, acolher bem. De acordo com a mensagem paulina: “com toda a humildade e amabilidade, com grandeza de alma, suportando-vos mutuamente com caridade” Ef 4,2.
Compreender melhor a outra pessoa não me compete julgar, corrigir o defeito, mas ajudar. A solidariedade consiste em referenciar, valorizar o irmão, a irmã. Aprender a viver em comunidade. Um trabalho positivo: em qualquer parte que estiver tem-se que estar revestido de humildade, dignidade, amabilidade, grandeza de alma. Pois a vida em comunidade é colocar em comum os meus sentimentos, sofrimentos e alegria, amor e confiança, comunhão e participação. Tem que levar para a missão: “Sede um só corpo e um só espírito, assim como fostes chamados pela vossa vocação a uma só esperança”, Efésios 4,4.
POR QUE CRISTO ME ESCOLHEU? Porque Ele me amou.
Porque vós fostes capazes de dizer o SIM. O amor humano não resiste a todas as provas. O amor é que dá sentido à vida. Devemos saber que Deus não tem princípio nem fim. Espírito vivificante. A vida eterna. Ver os valores estáveis e permanentes que nos atraem. A nossa vocação é uma só: olhar para Jesus manso e humilde de coração e pedir para tocar o nosso coração pelo Seu. É um gênero de primeira necessidade.
Se o Consagrado não existisse precisaria ser inventado. Mas, que tipo de consagrado eu estou sendo? Estou vivendo rotineiramente minha consagração? O que estou entregando parcialmente no sentido de consagrado? Minha consagração tem mostrado aos outros a luz dos valores estáveis? Como tenho procedido em relação aos valores instáveis em minha vida?¹
O homem historicamente possui uma vocação inata para contemplar Deus na vida contemplativa. Se não o conseguir será um ser não realizado, frustrado. Assim, dificilmente poderá descobrir Cristo nos outros irmãos. A resposta a essa vocação do homem é a oração, a reflexão, o deserto. É preciso criar um tempo para rezar, é preciso disciplina de vida, é indispensável que tenhamos um mínimo de autocontrole para sermos fiéis à vida contemplativa. ²

Formação para Noviças, Noviciado Santa Terezinha, Fortaleza-CE, 1984.
Livro Mensagem às MRCJ, Jubileu de Prata, Sobral-CE, 1982.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *