Sobre patrimônio histórico e outras coisas…

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Há muitos anos, no final da I gestão do ex-prefeito Cid Ferreira Gomes (1999), o assim chamado centro urbano de Sobral e adjacências foram tombados pelo IPHAN como patrimônio histórico material; nenhuma estrutura paisagística , arqueológica ou arquitetônica poderia ser “mexida” a partir de então… e no final da sua segunda gestão, em 2004, o Cid reinaugurou com o nome do herói cubano José Marti a praça- espaço paisagístico- General Tibúrcio, viçosense herói da guerra do Paraguai que, por resolução da câmara em 1887 emprestou seu nome à praça e a uma travessa que nasce dela.
O coitado do herói brasileiro foi esquecido pela história e pelo (tombamento) do patrimônio do IPHAN; de lá pra cá só se conhece o espaço com praça de Cuba. Mas não era bem isso sobre o que eu queria escrever, no que tange ao IPHAN e suas normas de tombamento…
Sobral e as cidades circunvizinhas estamos montados sobre uma extensa mina de calcário; somente em Sobral temos ao menos 2 exemplos da abundância desse minério no nosso subsolo: a fábrica cimento e o distrito da pedra de fogo. Do calcário bruto derivam subprodutos como o cimento, o vidro, a cal e as pedras toscas e paralelepípedos usado na pavimentação de ruas e avenidas. Infelizmente no entanto, mesmo indo ( mais uma vez) de encontro às normas do tombamento do sítio histórico, vivemos a era dos intertravados – ironicamente derivados do calcário/cimento- que não possuem a mesma estética nem a porosidade absortiva muito menos resgatam historicamente nossa pavimentação de antanho.
Não sei se só eu observo mas no entorno das poucas pequenas florestas , lagos e lagoas que temos na paisagem não existe pavimentação asfáltica. Acho que deve ser para aproveitar o poder de absorção dos paralelepípedos para aguar as plantas e manter vivos os espelhos d’água.
Há poucos dias recebi uma mensagem de “zap” do meu amigo padre Zenóbio Gomes com uma cópia de um artigo escrito pelo ( também ) amigo Rômulo Carlos de Aguiar, sob o título essa pobre gente verde; eles compunham com outros colegas o grêmio estudantil do colégio sobralense e editavam um folhetim semanal. Muito inteligente o artigo… vindo do Rômulo não poderia ser diferente. Não sei que ano era mas pela idade deles hoje acho que foi lá pelo final dos anos 70 do século passado. Estamos ficando velhos, Zenóbio…
Assim que terminei de ler o artigo do Rômulo me veio à lembrança um outro episódio no mínimo inusitado da administração municipal, então sob a égide de Veveu Arruda, hoje primeiro-damo do estado; era um pouco antes de 2014. Num verdadeiro crime de lesa meio ambiente foram arrancadas quase uma centena de árvores para dar passagem aos trilhos do VLT; sem contar que, na contramão do que se entende por mobilidade urbana de qualidade foram destruídos alguns dos (pouco) quilômetros de ciclovia que o ex prefeito Cid tinha construído. Outra ironia: quem será que ordenou ao Veveu que implantasse o VLT em Sobral? Lembremos que em 2014, quando definitivamente implantado , corria o último ano da segunda gestão de el Cid à frente do governo estadual.
Nos últimos 2 anos o executivo municipal vem tentando consertar o erro do carro adiante dos bois, criando linhas de micro-ônibus ( 13, salvo engano)interligando os bairros e eles ao centro. Muito boa medida. Parabéns, Ivo Gomes!
Sobre carro adiante dos bois na próxima semana explico o meu raciocínio. Fui…

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