UMA ACADEMIA DE LETRAS E ARTES EM MASSAPÊ

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uma academia de letras em masape

EUDES DE SOUSA

Saí das terras onde canta o Sabiá, lá vivi parte de minha vida, onde o meu jornalismo sobre o social, ainda é ecoado pelas centenárias sacadas de ferros, que guardam a “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias.
Hoje, estou em terras onde canta a Jandaia, aos pés de um novo tempo, onde cada anoitecer precipita uma nova aurora, através da beleza imorredoura de uma Iracema esculpida, por José de Alencar.
Esses trajetos poéticos sempre são acompanhados de uma eterna e generosa evolução literária, na minha vida em terras massapeenses. Refletindo sempre em meus textos literários a reação pessoal diante da vida e do mundo, com um dimensionamento de minha humildade, para dentro dela colocar a postura da minha prima Marly Lopes, por onde vi as feições de uma verdadeira incentivadora, ou senão a luminosidade mesma do próprio incentivo, na transparência já objetivada de sua paixão, de me incentivar a criar a Academia Massapeense de Letras e Artes.
Partindo em torno dos aconselhamentos apaixonados e dos laços unitivos de Marly Lopes, num dia inesquecível para mim, a quem muito devo, comecei a elaborar o projeto de criação da Academia. Não tenho palavras para mostrar a minha gratidão a público, afinal, para a conquista do caminho sonhado.
Os dias transcorreram. Um ano depois, numa das minhas madrugadas, na velha Catucha, sentir em pintar na centenária província Massapê, o que era o que os intelectuais queriam, uma Academia de Letras e Artes, para ser universal. Não hesito de dizer, para dentro dela colocar o conteúdo das letras e das artes massapeenses. Dediquei-me com mais intensidade à fundação da Academia.
Continuando a sequência da trajetória, posso dizer, que trabalhei com a fidelidade, auxiliado pelo meu persistente ideal, e da dedicação de outra pessoa que, gentilmente me foi apresentada por iniciativa de minha prima Marly, o velho jornalista Francisco Alves Pereira, este teve a feliz ideia de reunir farta iconografia, constituindo-se de memórias massapeense, e se coloca a disposição, a lutar comigo, em prol da melhoria cultural massapeense.
Assim, ascendente e bem construído foi o caminho da conquista, sob as vistas de uma crítica ferina encastelada nas muralhas políticas partidárias de Massapê. Mas o horizonte se colocou, e surge a Academia Massapeense de Letras e Artes.
E aqui, lembro Leonel França, na crise do mundo moderno, diz: Entre os elementos que integram uma cultura e lhe constituem e exprimem a fisionomia própria, a um merecedor, pela sua importância, de atenção mais demorada. É a visão da vida, é a concepção do homem e dos seus destinos. Inseparável de toda civilização, há uma doutrina metafísica, uma sistematização do universo e das relações entre seres, que lhe alimenta as energias íntimas e lhe anima e ilumina toda a vida interior. O homem é, pois pelo significado, grandeza e amplitude, de superar em caminhos novos.
Pela força desse pensamento iluminado pela visão humanística do sacerdote. E como ato de criação e simultaneamente prática de reflexão, persistir na criação da Academia por meio de um caminho novo, constituindo um projeto histórico, que mereceu por unanimidade o de se alcançar esse ideal.
Aqui me cabe dizer que alcancei esse ideal. A Academia Massapeense de Letras e Artes, que nos apresenta como um processo sócio-cultural. E não só um processo, mais, ainda, e, sobretudo um resultado que se caracteriza por uma ordenação de significado de valores estáveis e homogêneos, convergentes no pensar e no agir, tendo a tarefa de manter a unicidade de formular para a sociedade massapeense uma visão do mundo e promover o seu desenvolvimento cultural.
É verdade que experiências novas vieram enriquecer o conteúdo cultural da Academia, com a presença do Bispo Dom José Luiz de Vasconcelos, dando posse aos primeiros acadêmicos imortais, atendendo aos chamados desejos fundamentais, que nos nutriu da selva do Cristianismo, neste admirável mundo novo da arte.
E se há um time desta iniciativa, a quem se deve render as mais gratas homenagens, por seu apoio à nobre nova casa, das Letras e Artes, estes são os membros Benedito Herculando Costa, David Helder Vasconcelos, Pe. Lucas do Nascimento, Pe. João Batista Frota, Neil Alessandro Siveira, Diego Cavan Marques, Marly Lopes, Francisco Alves, Carlos Henriques Barbosa, Lucas Monteiro Barbosa, José Deocleciano de Moura. Um destaque, incluindo-se, aqui, o apoio de um homem estraordinário e ser humano da mais alta nobreza moral, o nosso sócio honorário José Luis de Araújo Lira, que enriquece a história da Academia Massapeense de Letras e Artes.
Mas o que significa para sociedade massapeense que há de viver tantos anseios, tantos ideais perdidos no passados? Que significa para classe intelectual quando é sabido que a história da arte se divide antes e depois da criação por falta de incentivo? E que vale para o poder público, a Academia como esta de tanto valor sócio-cultura que é ela, enfim, para a cultura massapeense?
A ninguém deve ser estranho o interesse do poder público por essa. Iniciativa. A uma iniciativa de tal estirpe é forçoso conversar: todos os massapeense, quer os mais categorizados responsáveis pela vida administrativa, econômica e política da cidade, quer as classes produtoras, quer os mais humildes elementos do povo, todos, sem a menor exceção, sentem o dever de ajudar nossa Academia que vem de realizar entre nós.
O poder público deve ter inteira justiça e com o mais acertado interesse, um apoio moral devido aos espíritos de elevada capacidade de empreender, atributos inegável? Que representa ela de estimulo, de fonte ideal para a mocidade que traz nos ombros a responsabilidades de manter, cultivar e superar as gloriosas tradições de que somos depositário, nós posuimos Raymundo Silveira, José Edinardo, Francisco das Chagas Oliveira (Chico da Santas), e tantos outros imortais?
Só me resta louvar esta Academia que muito já está dando dentro da cultura massapeense, como a notável iniciativa e coragem, com os projetos da primeira “Feira do Livro”, “Encontro das Academias Regionais”, “A História de Massapê em Movimento”, estimulando a cultura, fruto de uma autêntica dedicação à cultura literária, artística, ciências sociais e as memórias históricas, que formaram uma queda-de-braço com um vencedor:a Academia Massapeense de Letras e Artes, ensinando a força de vontade em torno do fazer cultura.

Presidente da Academia Massapeense de Letras e Artes e crítico literário.

 

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