Entrei no uso das drogas. E agora, como sair?
“Uma doença que o dependente químico nega, a família esconde e a sociedade rejeita”. Toda família que tem um dependente químico procura esconder dos amigos, dos vizinhos e da sociedade. Essas afirmativas eram muito comuns anos atrás, quando a sociedade não admitia que tinha dependentes de drogas e ocultava também a síndrome de down e doenças como a tuberculose, câncer, para não falar de outras anomalias.
O uso de drogas no Brasil começou nos movimentos artístico-culturais, como o Hippie, nas décadas de 50 e 60. Hoje está muito disseminado em qualquer classe social e a vista de todos nós.
Vamos falar da história do usuário José Airton Mesquita Melo, mais conhecido como Bob. Hoje, com 47 anos, mora no Alto do Sossego, solteiro, tem uma filha de 14 anos, estudou na Escola Jarbas Passarinho até o 2º. Ano do Ensino Médio. Iniciou nas drogas aos 13 anos incentivado pelos amigos de escola quando começou a ingerir bebida alcóolica e frequentar o Clube de Festas do João Creuza no bairro Terrenos Novos. “Comecei a ‘cheirar cola’ pegando nas serrarias, depois fui para maconha e tudo que aparecesse na minha frente. Aos 35 anos fui quase ao fundo do poço”, diz ele.
Bob trabalhou como auxiliar de mecânico, na Escola Cirão como zelador, na Grendene como auxiliar de eletricista e atualmente trabalha numa serraria e continua usuário. Os amigos o têm como uma pessoa eclética pelo seu conhecimento de músicas. É admirador do Pop, Rock nacional e internacional. Conhece músicas dos Titãs, Paralamas do Sucesso, Elvis Presley, Queen, Fred Mercory e Elton John.
Já o Jenilson Marques Camilo, 48, 4ª. Série, mora no Sinhá Saboia, diz ter passado mais de 10 anos na cadeia no “entra e sai” porque roubava tudo. Não podia ver uma bicicleta que roubava. Começou a usar maconha na cadeia. Quando notou que a sua vida não tinha um bom futuro, deixou completamente a maconha por si próprio, se fixou com uma terceira mulher e hoje é pastorador e lavador de carro. Diz ele: “na minha época a cadeia até que era bom, porque a gente merendava às 9 horas, tinha comida boa no almoço e no jantar. Hoje, acho que não tem nem colchão pra gente dormir”. Jenilson tem uma renda em torno de R$ 1.000,00 por mês.
Como sair das drogas?
Segundo Fabrício Selbman, Diretor das Clínicas Hospitalares Grupo Recanto, o dependente químico deve: reconhecer o vício; buscar ajuda especializada; contar com o apoio da família; evitar frequentar lugares onde há consumo de drogas; ter uma boa alimentação e praticar atividades físicas.
Em Sobral, há o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) Francisco Hélio Soares, localizado na Tv. Raimundo Medeiros da, Rua Miguel Teles da Frota, 241 – Campo dos Velhos. Lá tem um serviço de referência e tratamento para pessoas com uso abusivo de álcool e outras drogas. Telefone: 88.3611-1609.
Por Salmito Campos (salmitocamposs@gmail.com).