Ano Jubilar: Eis o tempo favorável
Somos convidados a testemunhar Jesus Cristo por meio da nossa fé através do Carisma Filhos de Sião…
O tempo é favorável para agradecermos ao passado e fazermos memória da nossa história, da nossa vida e da nossa caminhada. Vamos viver com alegria o presente! Vamos pedir forças a Deus para perseverar no futuro!
O grito que rompeu minha surdez não pode sair de mim: “O amor não é amado!” Esse eco precisa despertar novamente. Ele é o motor da caminhada. Foi este clamor de São Francisco que abriu e inflamou os corações indiferentes. Este grito também precisa ser escutado pelos que ainda estão vivendo de forma indiferente ao nosso Deus.
Qual esforço tem sido feito por nós para amar o Amor que não é amado?
O tempo é favorável para a dedicação ao tripé vocacional: Vida Fraterna, Oração Contemplativa e Conversão Diária. A oração do Filho de Sião é contemplativa: a palavra de Deus tem poder e é preciso ser sentida por mim. A minha conversão diária deve ser trabalhada, isto é, olhar para dentro de mim e ver diariamente o que é preciso melhorar, porque sempre existem coisas a serem melhoradas. O Carisma tem forma, jeito e história que é a conformidade a Cristo. É preciso dedicação! O ser fraterno desemboca na vida do irmão. É necessário conhecer cada irmão, estar mais próximo, celebrar, unir-se a cada dor e a cada história. Somos uma família e caminharemos juntos, só é preciso uma decisão decidida, como nos diz Santa Tereza D’Ávila.
A partir da força do tripé vocacional deixe também brotar de dentro de você a alegria, a humildade e a obediência, características que herdamos da Virgem de Sião. Essas são as nossas marcas que devem nos encher e tomar conta da nossa vida. A obediência faz parte da nossa identidade, do nosso ser. O demônio vai sempre nos tentar na obediência, porque é algo nosso. Crescemos ouvindo uma frase que eu particularmente acho muito bela: “Quem obedece nunca erra!”.
O ano jubilar tem como finalidade reconstruir a vida do povo. Tão logo o Senhor quer reconstruir a nossa vida fraterna, a nossa oração contemplativa e a nossa conversão diária. Em Isaías 61, 1-3, o Senhor nos diz que quer entregar a Sião diademas em vez de cinzas. Ele vem colocar entusiasmo dentro de nós e nos dar novos cânticos de louvores.
Este ano representa o desejo de Deus de entrar na história humana, o seu ingresso no tempo e no espaço, ou seja, Ele deseja tirar a nossa vida e a nossa rotina da mesmice. Trata-se de um kairós, 365 dias de kairós, onde tudo é restaurado para a verdade, para a vida plena e para a felicidade.
Em São Lucas 4,16-20, o evangelista apropria-se das imagens do ano jubilar para narrar a ação de Jesus que inaugura um novo tempo. As expressões jubilares são claras. Jesus nos diz: “O Espírito do Senhor está sobre mim, vim para anunciar, libertar os pobres, recuperar e curar a vista e proclamar o ano da graça do Senhor, o ano jubilar.” Tudo volta à origem, a essência. O ano jubilar é o ano da liberdade para fazer a vontade de Deus, livres para o que Ele quiser. Neste ano, experimenta-se da providência de Deus em sua totalidade, para entendermos que ela vem do Senhor, a vida e a sobrevivência dependem de Deus.
Jesus não prioriza restaurar as estruturas físicas e materiais. Sua ação é em prol do reinado de Deus. As relações entre as pessoas e com Deus ganharão novo sentido. Assim sendo, precisaremos renovar os laços fraternos na Comunidade. As primeiras comunidades citadas em Atos dos Apóstolos viviam perfeitamente o ano jubilar baseado em quatro pilares: Os ensinamentos dos apóstolos, a comunhão fraterna, a fração do pão, que é a Eucaristia, e a oração. Com a prática desses pilares, as nações olhavam para eles e diziam: “Vejam como eles se amam!”.
Quanto mais se aproxima o jubileu, mais aumenta a expectativa de mudança de vida. Não iremos celebrar o jubileu como estamos, vamos rezar melhor e nos comprometer/viver a nossa fraternidade.
Deus abençoa largamente os que fazem a Sua vontade. Não tenha medo de fazer a vontade de Deus e de cumprir suas exigências. Repito: Não tenha medo!