Meus irmãos, precisamos cuidar daquilo que é precioso para nós. Inclusive, podemos olhar para a nossa vida e contemplar várias coisas preciosas. Contudo, é necessário olharmos e percebermos se o Carisma é precioso para nós, se a nossa caminhada é preciosa para nós. Neste dia, o Senhor deseja mostrar um caminho novo. O caminho do “Vem e faz sair de mim”, que foi a música que conduziu este retiro. Além do mais, o Senhor nos mostrou que é preciso um retorno para os braços do Pai, dizendo para nós “Lembra-te de onde caíste”.
Nesta manhã, o Senhor quis nos falar sobre o Amor Esponsal. Do seu amor esponsal para conosco e do nosso amor esponsal para com Ele. O Senhor deseja neste Carisma nos encontrar como almas esposas, com o coração disposto para amá-lo. Ele deseja nos desposar e fazer de nós suas esposas. Nosso Carisma nos convida a amar incondicionalmente o Senhor. Nós nos tornamos almas esposas para amá-lo, através da vida fraterna, da oração contemplativa e da conversão diária.
O que atraiu Jesus para a nossa vida não foram as nossas virtudes, pelo contrário, foram nossas feridas.
Jesus quer nos desposar, sabendo que nós somos um povo infiel, de coração duro. O cordeiro quer se unir a mim e a nossa alma, que é a esposa do cordeiro, necessita de um elo de amor, um elo esponsal. Assim, o Senhor quer firmar os laços de amor por cada alma que Ele resgatou. Por que o Senhor tem insistido em ser o Primeiro Amor de nossas vidas? Porque o Senhor tem olhado para nós e visto que estamos adorando a outros deuses, dando mais importância a diversas outras coisas, menos a Ele.
Nas entrelinhas da nossa vida, o Senhor nos chamou a um amor incondicional. O Filho de Sião ama com amor incondicional a Jesus Cristo e a Sua Igreja, dizem nossos Estatutos. Dessa forma, o Senhor nos quer amar com amor afetivo, atencioso, fiel e eterno. Precisamos cultivar esse amor, colocando-o em primeiro lugar, fazendo d’Ele o Senhor das nossas vidas. Precisamos amar o Senhor com fidelidade, quando tudo dá certo e quando tudo está dando errado nas nossas vidas. Ele amou o Pai sendo fiel até o fim. Façamos, pois, o mesmo.
Durante a história da humanidade, a tentativa de Deus foi de se aproximar do homem para salvá-lo.
A Experiência de descida de Jesus
Conduzidos por Jo 4,1:
Aqui acompanhamos uma experiência em que Jesus, subindo a Jerusalém, decide descer a uma cidade da Samaria. Ele desce para encontrar as almas ressequidas, os que estão “embaixo”, os pecadores, os fracos, os que caem. Jesus, em toda a sua vida, teve essa inclinação para o pecador, haja vista que Ele veio para esse. O que trouxe Jesus a Samaria foi a fraqueza daquela mulher, as misérias que ela tinha. Nesse encontro de Jesus com a Samaritana, Ele foi onde aquela mulher não conseguia ir sozinha. Ele via o que ela não conseguia ver. Ele a amou com amor íntimo, vivo e forte, a ponto de revelá-la toda a sua vida e ainda envolvê-la de carinho e proteção.
Jesus sabe como pode tornar feliz uma alma humana, e, é por isso que Ele pede de nós para ser o “Primeiro Amor” de nossas vidas. O Senhor fala aqui de um amor apaixonado. Afinal, só se casa quem está apaixonado, quem é capaz de fazer loucuras de amor. No mundo, fala-se de um amor paixão como algo desordenado, mas no caminho espiritual o amor apaixonado é o amor mais ordenado que se tem. É o amor de Jesus para conosco.
Como bem indicado por Jesus ao Jovem Rico, para alcançar o bem precioso do amor esponsal é necessário vender tudo. E isso é uma parte inevitável no caminho que fazemos com Ele, porque o amor divino é amor total. Este não se entrega pela metade, mas se entrega até a morte. O coração do Jovem Rico era pesado e, por mais que obedecesse aos mandamentos, não existia espaço para o amor. Essa é uma necessidade para a nossa caminhada, repito. É o tempero fundamental. Logo, precisamos amá-lo com amor real, não com um amor idealizado por mim.
O Filho de Sião e a Filha de Sião é o homem e a mulher que passa por uma experiência com o Cristo Rei e Senhor abandonado na Cruz, com Aquele que está diante de nós suplicando: Tenho sede. Na cruz, o Senhor mendiga o nosso amor. Por isso, todos nós precisamos nos encontrar com Ele. O Senhor exige de nós que o amemos, porque Ele sabe que nós só seremos felizes amando-o acima de tudo.
O que Jesus mais quer é a nossa felicidade! E a felicidade é amar como Ele amou.

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