9,8 milhões de brasileiros entre 15 e 29 anos não estudam e nem trabalham. Como lidar com a geração nem-nem?

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Fabrício Garcia, CEO da Qstione, plataforma de avaliação e análise de dados educacionais, fala sobre o papel da educação e da cultura na formação de jovens mais motivados e preparados para o futuro
Mais de 9,5 milhões de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos não estudam e não trabalham. Os números são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, Educação 2022, divulgada recentemente pelo IBGE. De acordo com o levantamento, a necessidade de trabalhar é o principal motivo que levou essa geração a abandonar ou não frequentar a escola. Gravidez e necessidade de se dedicar a tarefas domésticas ou cuidar de outras pessoas aparecem em seguida.
Para Fabrício Garcia, CEO da Qstione, plataforma de avaliação e análise de dados educacionais, “fica claro que as principais causas para a chamada geração nem-nem estão associadas a questões educacionais e culturais”.
De acordo com o especialista, para lidar com esse fenômeno, “é preciso retomar a valorização do trabalho e do estudo como fonte de formação do próprio caráter, além do fortalecimento de laços familiares”. A educação ainda exerce função fundamental para o enfrentamento da situação. “Políticas públicas para a melhoria da Educação Básica devem se unir a um esforço das instituições de ensino superior para entregar um ensino de melhor qualidade e mais condizente com as expectativas do mercado de trabalho”, acrescenta Garcia.
“Os impactos econômico e social causados por essa geração ainda são desconhecidos. Mas sabe-se que a falta de ocupação não afeta apenas a economia, podendo modificar as relações sociais, repercutindo, inclusive, na saúde mental das pessoas, além de impactar negativamente os indicadores de violência”, afirma Garcia. “É preciso olhar com atenção para esse fenômeno”.

Renata Tomoyose
(11) 99266-7681

Perfil
Fabrício Garcia, sócio-fundador da plataforma Qstione, um dos mais importantes sistemas de gestão de avaliações de estudantes do Brasil. Atualmente coordena a implantação de sistemas de avaliação em todo Brasil. É palestrante nas áreas de neurolinguística, EaD e especialista em sistemas de avaliação de estudantes, além de possuir larga experiência em produção de conteúdos educacionais para internet. Com mestrado pela Universidade Federal da Paraíba (2007), atuou como professor e também foi coordenador do Núcleo de Educação a Distância da FACENE/FAMENE, Coordenador Acadêmico do curso de Medicina e Coordenador do Curso de Farmácia neste período.

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