Salmito Campos (1)

Os Golpes e Agronegócio no Brasil

“O Brasil só se tornou uma nação soberana, de fato, com a Independência, declarada em 7 de setembro de 1822 pelo então príncipe regente Pedro de Alcântara, que se tornou nosso primeiro chefe de Estado sob o título de D. Pedro I. A partir de então, não faltaram ao nosso cenário político episódios de intensa turbulência. Desde a Independência, tivemos vários tipos de revoltas, tentativas de golpe de Estado e golpes efetivamente aplicados”.
O Brasil teve, pelo menos, nove golpes de Estado desde a Independência. Conceitua-se como um golpe de Estado quando há subversão da ordem institucional. Os golpes de Estado que ocorreram no Brasil desde a independência foram:
A Noite da Agonia (1823); Golpe da Maioridade (1840); Proclamação da República (1889); Golpe de 3 de Novembro de 1891; O curioso caso de Floriano Peixoto; Revolução de 1930; Estado Novo (1937); Deposição de Getúlio Vargas em 1945; Golpe de 1964. E o décimo: Golpe Dilma Rousseff em 31 de agosto de 2016.
Dentre esses golpes podemos citar as ditaduras: Golpe militar e influência estrangeira; Governo Castelo Branco (1964-1967); Governo Costa e Silva: início dos Anos de Chumbo (1967-1969); Governo Emílio Médici: Anos de Chumbo (1969-1974); Governo Geisel e Abertura Política (1974-1979); Governo Figueiredo e Declínio (1979-1985)”.
A Noite da Agonia: “Pouco mais de um ano após a Independência, o Brasil viveu o primeiro golpe, dado pelo próprio imperador D. Pedro I contra a primeira Assembleia Geral Constituinte Brasileira. Essa assembleia foi eleita e instalada em 3 de maio de 1823 com o objetivo de confeccionar o primeiro texto constitucional para o Brasil.
O principal motivo da dissolução dizia respeito às disputas políticas internas dos constituintes, que se dividiam entre liberais (moderados e radicais) e conservadores. Um dos membros da Constituinte, José Bonifácio de Andrade e Silva, era ministro de D. Pedro I e passou a dificultar o acesso direto entre os conservadores e a própria pessoa do imperador. D. Pedro I, então, afastou Bonifácio do cargo. Este, por sua vez, reagiu violentamente contra o governo por meio de artigos de jornais.
Pressionado, o imperador optou pela dissolução da assembleia, o que ocorreu na madrugada do dia 12 de novembro de 1823, que ficou conhecida como a Noite da Agonia. D. Pedro I, com ajuda militar, ordenou que se fizesse um cerco ao prédio onde os deputados constituintes estavam reunidos. Muitos dos presentes resistiram à investida do imperador e acabaram presos e, depois, exilados.
Para completar o trabalho de preparo do texto constitucional, D. Pedro I organizou um Conselho de Estado, composto por homens de sua inteira confiança. Esse conselho apresentou a redação final da Constituição em 11 de dezembro de 1823. Em 25 de março de 1824, o imperador aprovou a Constituição Imperial, sem que ela fosse apreciada por uma assembléia.
A partir dessa ideia ficou estabelecido que só teria direito ao voto quem possuísse uma renda anual equivalente a 150 alqueires de farinha de mandioca. A Constituição da Mandioca, como ficou conhecida, demonstrou o poder e o interesse da elite agrária, através do voto censitário, com base na quantidade de terra e na quantidade de mandioca plantada”. (brasilescola.uol.com.br).
Com isso, você pode entender que o agronegócio não é de agora e que sempre mandou no Brasil. A diferença é que naquela época pobre não podia votar. Nos dias de hoje pobre vota, mas é manipulado pela elite brasileira.
Mudando de assunto, presto aqui uma homenagem ao Jornal Correio da Semana de Sobral que hoje chega à sua milésima edição. O jornal semanário mais antigo do Estado do Ceará é um patrimônio histórico sobralense, fundado no dia 31 de março do ano de 1918.
Parabéns ao Bispo Dom José Vasconcelos e ao Diretor Pe. Lucas Moreira por continuarem editando este jornal que tanto contribui para a cultura de Sobral, da Região Noroeste, do Ceará e do Brasil.
Prof. Salmito Campos – (jornalista e radialista).

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