A fecundidade da vida religiosa
Dentre as tantas formas de responder ao chamado de Deus e servi-Lo no mundo, está a vocação à vida religiosa. Neste terceiro domingo do mês vocacional, a Igreja reza por todos os homens e mulheres que se consagram ao Reino de Deus através dos votos de pobreza, castidade e obediência.
Essa forma de vida traduz a ação do Espírito Santo na Igreja, que ao longo dos séculos foi suscitando diversas ordens religiosas, congregações e institutos de vida consagrada. É uma multiplicidade de dons e carismas: várias formas de servir o mesmo Cristo, várias maneiras de seguir um mesmo ideal, como se cada uma traduzisse uma página do Evangelho.
A vida religiosa surgiu, mais precisamente, ao final do quarto século, quando alguns cristãos afastavam-se das cidades e refugiavam-se nos desertos e montanhas, a fim de viver uma vida de ascese, penitência e orações intensas. Foi assim que nasceu esse modo livre, radical, estranho e aparentemente louco de seguir a Cristo. Certamente, uma vida incompreensível para o mundo.
No decorrer dos tempos, as formas de vida religiosa foram mudando, evoluindo. Na Idade Média surgiram grandes abadias com até 500 monges, dedicados à oração, ao canto dos salmos, ao trabalho e aos estudos. Muito do conhecimento clássico que chegou a nós deve-se aos monges do medievo.
Depois surgiram as ordens mendicantes, bem representadas pelos franciscanos. Já na Idade Moderna, Santo Inácio de Loyola fundou uma das ordens que revolucionou a Igreja, os jesuítas. Mais adiante surgiram muitas outras que, atualmente formam uma verdadeira constelação de congregações a cintilar no céu da Igreja. E assim a vocação religiosa vai semeando o Reino de Deus, com vários carismas específicos, trabalhando nas escolas, hospitais, missões, cuidando dos pobres ou mesmo nos trabalhos paroquiais. Em nossa Diocese de Sobral são sete congregações, que representam um pouco dessa multiplicidade de dons. É de suma importância o trabalho de evangelização dos religiosos ao se configurarem como um sinal profético no meio do mundo e mostrarem com seu estilo de vida, com seu testemunho que é possível seguir o Evangelho de forma livre e radical. Que sejam abençoados e fortalecidos todos os que deixam tudo, se consagram a Deus e caminham sob a guia do Cristo casto, pobre e obediente.