editorial cs

O mês de maio, mês das mães e das flores, tronou-se ao longo do tempo um período na Igreja profundamente marcado pela piedade mariana. É um tempo forte em que o povo de Deus venera, entre preces e louvações, a figura da Bem Aventurada Virgem Maria. Ao final do mês sua imagem é coroada em várias igrejas, capelas, oratórios e lares. Com esse gesto, proclama-se a realeza de Maria.
De fato, ela é Rainha porque partilha do reinado de seu filho, Cristo Rei. Vale destacar o quanto a imagem da rainha toca o imaginário popular. Muitas rainhas tiveram seu encanto ao longo da história e nos tocam mais no coração e no instinto da beleza e amor do que na ideia de força, de dominação, de autoritarismo.
Assim é com Nossa Senhora. Coroada nos corações de quem a ama como aquela boa rainha, cheia de amor para com seu povo. Aqui encontramos a riqueza de simbolismos contidos na coroação da Virgem Maria. Na liturgia oficial da Igreja, no dia 31 de maio, celebra-se a Visitação de Nossa Senhora, mas a piedade popular enriqueceu ainda mais essa festa com o gesto da coroação e de tantos outros gestos carregados de simbolismo, como a oferta do manto, do coração, das flores.
É nesse sentido que recordamos uma oração milenar e que é uma das mais populares orações da Igreja: a Salve-Rainha. Esta bela prece foi provavelmente composta por um monge beneditino alemão, chamado Herman Contrat, por volta do ano 1050. Ao longo dos séculos, em meio a tantas situações de desterro, orfandade, solidão, o povo cristão desenvolveu um intenso afeto filial a esta súplica, que se inicia, justamente proclamando a realeza da Virgem Maria.
Em países de tradição católica, é impressionante ver a profundidade da devoção mariana principalmente em regiões de marinheiros e pescadores, os quais muitos deles saem para o alto-mar rezando ou cantando a Salve-Rainha. E comprovadamente, a Salve-Rainha é como aquela estrela da manhã, aquele farol de esperança, uma tábua de salvação para tantas pessoas, nos naufrágios, nas agonias, nas tentações e nas lutas da vida.
É uma prece que reconhece as dificuldades e aflições da vida, em que por diversas vezes, permanecemos “gemendo e chorando neste vale de lágrimas”. Mas, na confiança nesta Mãe de Misericórdia, advogada de nossas causas, recobramos a esperança. A Salve-Rainha é esta súplica esperançosa, que se encerra com o verso: “ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria”.
Por isso, Nossa Senhora é também Nossa Rainha. Uma rainha doce, clemente, misericordiosa, que se inclina para ouvir os clamores de seus filhos aflitos e se eleva para levá-los a Deus. Por isso, ao final do mês mariano, nossos lábios e corações se enchem de um verdadeiro louvor marial que nos conduz ao Deus-Trino e nos ensina a ser bons filhos, obedientes à vontade divina e confiantes naquela que é cheia de graça.
Salve Rainha!

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