Peregrinação à Igreja Jubilar marca encontro de fé e comunhão entre Paróquias da Região Episcopal de Coreaú

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No último sábado, 14 de junho, os Ministros da Eucaristia, Ministros da Palavra e Coroinhas das paróquias e quase-paróquias que integram a Região Episcopal de Coreaú realizaram uma peregrinação até a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade, em Coreaú — uma das igrejas jubilares da Diocese de Sobral —, acompanhados por seus respectivos párocos, vigários e diáconos.
A peregrinação teve como objetivo promover a participação efetiva dos paroquianos, vivenciar a unidade regional, alcançar a graça da indulgência plenária e fortalecer a esperança cristã no coração do povo.
Fazem parte desta região as seguintes paróquias: Nossa Senhora da Conceição (Meruoca, Moraújo e Martinópole), Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Alcântaras e Massapê), Nossa Senhora da Piedade (Coreaú), Nossa Senhora da Saúde (Frecheirinha), Senhora Sant’Ana (Mucambo), Nossa Senhora do Amparo (Senador Sá), Nossa Senhora do Livramento (Uruoca), São João Batista (Pacujá), São Luiz Gonzaga (Padre Linhares); e as Quase-Paróquias São Francisco de Assis (Ubaúna e Rafael Arruda).
A programação teve início com a Adoração ao Santíssimo Sacramento, realizada no Centro de Pastoral São Francisco e Santa Clara. Em seguida, os peregrinos seguiram em caminhada até a praça da Igreja Matriz, onde meditaram os mistérios do Santo Terço, com quatro paradas. Em cada uma delas, foi contemplado um mistério e entoado um mantra.
A Santa Missa foi presidida pelo vigário episcopal da Região de Coreaú, Padre Fábio Soares, e concelebrada pelos presbíteros da região. Os diáconos também participaram, auxiliando no serviço do altar.

Homilia
“Queridos irmãos e irmãs, peregrinos da nossa Região Episcopal, com grande alegria nos reunimos nesta peregrinação jubilar, como povo de Deus em marcha, para celebrar a fé, renovar a esperança e experimentar a misericórdia do Senhor.
Quero, antes de tudo, dirigir uma saudação especial e fraterna aos nossos irmãos padres, pastores dedicados que conduzem o rebanho com zelo e amor; aos diáconos, servos da caridade e da Palavra, que nos lembram o Cristo servidor; e às irmãs religiosas, testemunhas da vida consagrada, cuja presença discreta e orante em nossas comunidades é sinal do Reino de Deus presente entre nós. A presença de vocês nesta peregrinação enriquece e anima o povo que caminha, e revela a beleza da Igreja que é comunhão de vocações a serviço da missão.
Neste dia santo, somos convidados a escutar a voz de Deus e a nos colocar a caminho com o coração aberto. O saudoso, querido Papa Francisco, nos convidava a vivermos este Ano Santo como verdadeiros Peregrinos da Esperança. Ele nos recordava que a esperança cristã não é um sentimento vago ou uma fuga das dificuldades. Mas, é certeza profunda de que Deus está conosco, que caminha ao nosso lado e jamais nos abandona, mesmo quando tudo parece escuro. Como diz São Paulo na Carta aos Romanos, “a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo”.
A primeira leitura, tirada do livro do Eclesiástico, nos apresenta a sabedoria divina como presença viva no meio do povo. “Fixei raízes no meio de um povo glorioso”, diz o texto sagrado. Essa sabedoria é figura de Cristo, o Verbo de Deus que se fez carne e veio morar entre nós. Ele está no meio do seu povo, caminha conosco, guia os nossos passos. A peregrinação é exatamente isso: um sinal visível de que pertencemos a Deus e queremos segui-lo. Somos um povo que caminha porque tem fé, e que caminha junto porque tem esperança. Não estamos sozinhos, não caminhamos ao acaso, mas, é Deus que nos conduz.
No Evangelho segundo João, somos levados até as bodas de Caná. Uma festa ameaçada pela falta de vinho se transforma em ocasião para a primeira manifestação de Jesus. Maria está presente. Ela percebe a necessidade e intercede com sensibilidade e confiança. “Eles não têm mais vinho”, diz a Mãe ao Filho. E depois, dirige-se aos serventes com aquela frase que ressoa como convite para todos nós: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. Ali, no gesto de fé e obediência, acontece o milagre. A água se transforma em vinho novo e abundante. Jesus manifesta sua glória, e seus discípulos começam a crer nele.
Também nós, muitas vezes, enfrentamos momentos em que parece faltar o vinho da alegria, da paz, do amor, da esperança. Há famílias marcadas pela dor, comunidades feridas pela divisão, jovens sem rumo, pessoas cansadas de lutar. Mas Maria está conosco, como esteve em Caná. Ela nos aponta seu Filho e nos pede apenas: confiem, escutem, obedeçam. “Fazei tudo o que Ele vos disser.” Quando escutamos a Palavra e nos deixamos conduzir por Cristo, Ele transforma nossa realidade. A fé renova, a graça restaura, a esperança se acende.
Peregrinar é reconhecer que a vida cristã é o caminho. Não temos aqui cidade permanente. Caminhamos rumo à cidade definitiva. E na estrada, somos educados pela fé, pela fraternidade, pela oração, pelo serviço. Cada passo é oferta. Cada cansaço é uma oração. Cada encontro é sinal da presença de Deus. A peregrinação nos lembra que estamos sempre em saída, sempre nos convertendo, sempre voltando ao essencial. Ela nos convida a sair da rotina, a deixar para trás o comodismo, e a buscar de novo o rosto de Deus. Neste espírito, quero dirigir também uma palavra especial aos ministros da Palavra e da Eucaristia, assim como aos nossos queridos coroinhas. Vocês são servidores do altar, sinais vivos da fé que serve, que se entrega, que se faz dom. Quem proclama a Palavra deve ser o primeiro a escutá-la no silêncio do coração. Quem distribui a Eucaristia deve fazê-lo com reverência, carregando em si o Cristo que se dá. E vocês, coroinhas, são a presença alegre da juventude no serviço da liturgia.
Cada gesto, cada olhar, cada ação no altar comunica algo de sagrado. A liturgia é uma escola de oração e de santidade. Neste Ano Jubilar, renovem seu sim, sirvam com amor, deixem-se moldar pela beleza do que celebram. Que esta peregrinação desperte em vocês um desejo mais profundo de seguir Jesus. E não esqueçam: A Igreja precisa de vocês e se alegra com a vida de vocês. Por fim, o Papa Francisco na abertura do “Ano Jubilar” nos convidou, “neste jubileu, a não ficar apenas nas celebrações bonitas, mas a levar a esperança até as periferias da dor. A esperança cristã precisa chegar aos que sofrem, aos que perderam a fé, aos que estão presos, aos doentes, aos pobres, às famílias feridas. Não podemos ser uma Igreja fechada em si. Devemos ser sinal da misericórdia de Deus no mundo. O jubileu nos impele à missão, à caridade concreta, ao compromisso com os pequenos e esquecidos”. Que nossa peregrinação nos empurre para fora, nos leve a tocar o sofrimento do outro, a repartir o pão, a consolar os corações. E ao final desta nossa caminhada, deixemos ecoar no coração a voz da Mãe: “Fazei tudo o que Ele vos disser.” Se fizermos isso, o vinho da alegria voltará, a fé será restaurada, a esperança será acesa. Que sejamos, com Maria, peregrinos da esperança, com os pés na estrada, o coração em Deus e os olhos voltados para o céu. Amém”.
Unidade Fraterna
Este grande encontro de unidade marcou profundamente a Região Episcopal de Coreaú, fortalecendo os laços fraternos entre as comunidades paroquiais na missão comum de servir a Cristo. Foi um momento de oração, partilha e renovação espiritual, onde cada participante pôde experimentar a beleza da comunhão eclesial.
A peregrinação também expressou o espírito jubilar vivido pela Diocese de Sobral, convidando a todos para aprofundar a fé e a evangelização. Unidos em oração e reavivados pelo chamado de Deus, os fiéis retornaram às suas comunidades com o coração repleto de gratidão e esperança.
Thais Helena – Jornalista – Jornal Correio da Semana

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