AGORA TEM ESPECIALISTAS: Ministério da Saúde oferta tecnologia inovadora para detecção precoce de câncer de colo do útero no Ceará

Medida do Agora Tem Especialistas será implementada em 12 estados de forma gradativa. No Ceará, o teste beneficia, inicialmente, mulheres de Fortaleza
O Ministério da Saúde iniciou, nesta sexta-feira (15), a implementação do teste de biologia molecular DNA-HPV no Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de um método moderno e inovador que representa um avanço para o rastreamento organizado do câncer de colo do útero. Ofertada inicialmente em 12 estados brasileiros, a tecnologia 100% nacional detecta 14 genótipos do papilomavírus humano (HPV), identificando a presença do vírus no organismo antes da ocorrência de lesões ou câncer em estágios iniciais. A oferta possibilitará o rastreamento precoce em cerca de 5,6 milhões de mulheres em cinco anos, nos estados nos quais a iniciativa já começa a ser oferecida gradualmente. Em Fortaleza (CE), o novo teste vai beneficiar, neste período, mais de 730 mil mulheres.
No Ceará, a iniciativa foi lançada em Fortaleza, no Instituto de Prevenção do Câncer (IPC), com a presença do secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, e a diretora da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde, Regina Vianna Brizolara.
O estado integra o grupo de 12 contemplados por já contar com serviços de referência para colposcopia e biópsia, garantindo fluxo assistencial completo para mulheres com resultados alterados. Além do Ceará, a iniciativa já começa a ser oferecida gradualmente no Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pará, Rondônia, Goiás, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, além do Distrito Federal. “A partir de hoje, estamos implementando essa nova forma de diagnóstico e prevenção do câncer do colo do útero em 12 estados brasileiros. Estamos aproveitando a infraestrutura criada durante a pandemia para os testes de biologia molecular. Essa estrutura agora será utilizada para o diagnóstico do HPV, permitindo reduzir o tempo de espera e iniciar o tratamento o mais rápido possível”, explicou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no Hospital da Mulher de Recife, em Recife (PE), onde a iniciativa foi lançada. O HPV é a principal causa do câncer do colo do útero, terceiro tipo mais incidente em mulheres, com 17.010 casos novos estimados por ano, no triênio 2023-2025. Estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta 15 casos da doença a cada grupo de 100 mil mulheres. Por isso, a oferta do novo modelo de rastreamento é considerada um marco para a saúde da mulher em vista de uma série de benefícios. Além de conferir maior sensibilidade diagnóstica, o novo teste reduz a necessidade de exames e intervenções desnecessárias, com intervalos maiores entre as coletas quando o resultado der negativo. Outra vantagem é o rastreamento equitativo e de alta performance, que alcança mulheres em áreas remotas ou com menor oferta de serviços.
Novo método será implementado em todo o Brasil até o final de 2026
“O câncer do colo do útero ainda é o que mais mata mulheres no Nordeste. No Brasil, são 20 mortes por dia — até seis vezes mais que os casos de feminicídio em alguns estados. Com diagnóstico mais rápido e tratamento precoce, podemos salvar muitas vidas”, disse o ministro da Saúde, que também marcou presença na Unidade de Saúde da Família Doutora Fernanda Wanderley, em Recife (PE). No local, pacientes do SUS realizaram as primeiras coletas com o novo teste DNA-HPV.
A implementação começa por um município em cada estado, sendo ampliada conforme a finalização da troca do método. A meta é que, até dezembro de 2026, o rastreio esteja presente na rede pública de todo o território nacional, beneficiando 7 milhões de mulheres de 25 a 64 anos por ano. “Graças ao SUS e à parceria com estados e municípios, o Brasil será capaz de implementar nacionalmente essa tecnologia em tempo recorde. Países como Reino Unido, Espanha e Portugal levaram de dois a três anos para conseguir o mesmo”, evidencia o ministro.
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