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Significado de “Lato sensu”
“Lato sensu” é uma expressão, em Latim, que significa “em sentido amplo”. De acordo com o Ministério da Educação e Cultura (MEC), as pós-graduações “Lato sensu” devem ter duração mínima de 360 horas. Já os cursos de pós-graduação mais longos, que englobam mestrado e doutorado, são designados por “Strictu senso” (em sentido estrito).
Pergunta do leitor: “”Em relação à pronúncia da palavra ‘questão’, podemos ou não fazer soar a letra “U”?
Ao consultarmos o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras, percebemos tanto a pronúncia “kestão” quanto “kuestão”.
Napoleão Mendes de Almeida, no seu excelente Dicionário de Questões Vernáculas, faz uma analogia: o italiano diz “questione”; o inglês “question” e o espanhol “cuestion”, fazendo todos soar o “u”; motivo para pronunciarmos “kestão”?
No entanto, discorda (com uma bela analogia). Luiz Scconi: “Pronuncia-se ‘kestão’. Da mesma forma, sendo o “u” sonoro: questionar, questionável, questionário, questiúncula”.
De acordo com o Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, pronunciar o “u”, na palavra questão é pedante; usada apenas por alguns; pouco justificável.
Segue também o mesmo raciocínio o benquisto gramático Sérgio Nogueira: “Oficialmente a palavra questão nunca teve trema. Isso significa que a pronúncia oficial sempre foi questão (com U mudo). Assim também se pronunciam as palavras derivadas: questionar, questionário, questionamento, etc.
Vale ainda lembrar que o Novo Acordo Ortográfico (em vigência obrigatória desde 1º de janeiro de 2016) extinguiu o uso de Trema em palavras de origem portuguesa. Como a reforma é apenas na escrita, não há alteração nenhuma na pronúncia. Eu, pessoalmente, prefiro pronunciar kestão, kestionar, kestionário, kestionamento, kesito, etc. Sem fazer soar o incômodo “u”.
Quando palavras oxítonas terminadas em “u” devem ser acentuadas?
Palavras oxítonas terminadas em “u” não levam acento, mesmo quando precedidos de vogal. Por isso, se escrevem sem acento palavras como: peru, pitu, Ipu, tatu, caju, Itu, tatu, angu, Xingu, mingau, catatau, etc.
O único caso em que palavras oxítonas terminadas em “u” são acentuadas é aquele em que o “u” final constitui hiato com a vogal anterior, como acontece com baú, Itaú, Grajaú, Acaraú Mundaú, Esaú, etc.
Com isso se entende por que a palavra Pacaembu não é acentuada, mas Anhangabaú é. Pacaembu é simplesmente uma oxítona terminada em “u”; não constitui um hiato. Já em Anhangabaú, o acento indica o hiato “a-ú”. Sem o acento, pronunciaríamos “Anhangabau”.
Existem palavras de dupla pronúncia?
Existem, sim, (e antes do Acordo o Trema era facultativo): antiguidade, antiquíssimo, equidistante, liquidação, liquidar, líquido, liquidificador, sanguinário, sanguíneo. Os seguintes pares também possuem dupla pronúncia e grafias distintas: catorze ou quatorze; cota ou quota; cotizar ou quotizar; cotidiano ou quotidiano. Sobre a polêmica de hoje, fico com a maioria dos críticos: em “questão” não se pronuncia o “u”.

(*) Graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). É, também, funcionário do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Sobral (CE). Contatos: (88) 99868-2517 e (88) 98141-2183.

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