A articulação da UGPPV para prevenir e reduzir homicídios dos jovens em Sobral
A Secretaria dos Direitos Humanos, Habitação e Assistência Social por meio da Unidade de Gerenciamento de Projetos de Prevenção de Violências do Município de Sobral (UGPPV) têm como prioridade a prevenção e redução de homicídios de adolescentes e jovens do município, promovendo uma cultura de paz e cidadania.
O trabalho é um dos resultados da pesquisa Cada Vida Importa que mostrou um número alarmante de adolescentes mortos no Ceará, sendo o estado apontado com a segunda maior taxa de homicídios no Brasil no ano de 2014 e 2015. A pesquisa foi realizada através de famílias que tiveram seus adolescentes vítimas de homicídio no decorrer de dois anos. Sobral ocupava o 27º lugar entre os municípios do país em taxa de homicídios no ano de 2014. Pensando nisso, políticas públicas de prevenção de violência na juventude foram implantadas na cidade, tendo em vista que gestões municipais executam e garantem melhor os direitos de uma maneira mais próxima.
A equipe da Unidade de Gerenciamento de Projetos de Prevenção de Violências do Município de Sobral (UGPPV) entra com o papel de articular meios para aproximar os jovens e suas respectivas famílias ao acesso as políticas públicas.
Quem são esses jovens? Que contexto eles vivem? São questionamentos necessários para fazer a articulação. Para Letícia Menoita, coordenadora de informação e formação para a prevenção de violência, trata-se de uma política territorial e, é inviável fazer uma implantação de políticas públicas longe da realidade de cada um. “Não é coincidência, os adolescentes e jovens que estão sendo vítimas de homicídios tem classe, gênero, raça, cor e CEP” disse Letícia, se referindo a desigualdade.
Para localizar essa juventude, é feito um mapeamento notando evidências que geram informações que manifeste o contexto de vulnerabilidade em que os jovens estão expostos. Informações como do cadastro único, da área da saúde e da escola são usadas
para ter noção do que está acontecendo com cada jovem. Através da equipe de território, a UGPPV consegue chegar a alguns pontos e, a partir do momento que se nota alguma irregularidade é gerada uma articulação em parceria com psicólogos e o Centro de Referência e Assistência Social (CRAS), visitando os jovens e suas famílias gerando outros acompanhamentos, para assim, verificar os motivos e traçar estratégias.
“Ser vítima de homicídio é ter seu último direito violado, que é o direito a vida, mas antes de você ter seu último direito violado, outros direitos estavam sendo violados. É por isso que as políticas públicas são tão determinantes para evitar que a pessoa seja vítima de homicídios, então, nós trabalhamos essencialmente na perspectiva de garantir os direitos, pois entendemos que assim a pessoa vai ter menos chance de ter o seu último direito negado” apontou Letícia.
.De acordo com Gênesis Nunes, coordenador de gestão e ações territoriais, o objetivo principal é que as famílias e jovens da periferia ou de centro socioeducativo tenham acesso a saúde, esporte, lazer, educação e assistência social e, para isso, envolve uma articulação junto com os gestores de equipamentos, ou seja, diretores de centro de educação infantil, escola fundamental e ensino médio, gerentes de unidade de saúde e coordenadores de Cras e Creas “Nos reunimos quinzenalmente para nos conhecermos enquanto gestores e compreender como cada política funciona, construindo uma estratégia para prevenir a violência e, com isso, garantir o cuidado” explica.
O propósito da UGPPV não é implementar projetos culturais para a juventude, mas fortalecer aqueles já existentes, incentivando os grupos para que eles sejam protagonistas da sua própria história.