Existem diversas formas de aprisionar alguém fisicamente. Bem mais diversas são as maneiras de aprisionar mentes, corações e intelectos. Estas, sem dúvida, são as piores formas de prisão. De mentes fechadas, forma-se uma sociedade e um mundo fechados. No contexto atual, corremos o sério risco de cairmos nesse fechamento, em que o outro logo é menosprezado e rebaixado quando não pensa como eu penso.
Esse risco tem contaminado dois segmentos importantes da sociedade: a política e a religião. O fechamento tem feito ressurgir diversas formas de intolerância política e fundamentalismo religioso. A grande consequência disso é a perca da capacidade do diálogo.
Muitas vezes, o ambiente virtual propicia formas de controle sutis e invasivas na vida das pessoas, criando uma série de mecanismos de manipulação de consciências. E assim, criam-se posturas combativas, fundamentadas no ódio, e emerge o narcisismo, que traz tantos outros problemas para a sociedade.
Some-se a isso a difusão de ideologias políticas contaminadas, que ferem profundamente o processo democrático, a busca pelo bem comum e as responsabilidades no horizonte da ética social. O fanatismo político é consequência dessa contaminação, criando-se formas diversas de “agressividade social” no ambiente virtual. Isso permite o efervecimento de insultos, difamações e calúnias, que destroçam a figura do outro sem qualquer ética e respeito pela fama alheia.
É nesse triste cenário, onde se reacendem conflitos que tornam cada vez mais difícil a harmonia entre todos. Perde-se o parâmetro da ética e perde-se também o compromisso social. Ambas alicerçam a paz e a fraternidade. Com isso, vamos também deixando de aprender as lições que a história nos deu.
Com mentes fechadas, a política deixa de ser um debate saudável sobre projetos comuns e passa a ser causa de divisões, polarizações e distanciamntos. Desse modo, o crescimento de posturas egoítas leva a obscurecer a visão do ser humano que não consegur ver nem trilhar o caminho do amor, da justiça e da solidariedade.
Somente quem se dispõe a ampliar seus horizontes de compreensão consegue se libertar de uma mente fechada. Consegue também priorizar o bem, reconhecer a dignidade de seu semelhante, libertar-se de preconceitos e consolidar na humanidade o sentimento de que todos são irmãos. Em uma sociedade tão marcada por segregações e exclusões, vale a pena alimentar o sonho de uma fraternidade social, na qual a consciência da boa política ajuda a construir a justiça e a paz.

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