No último dia 12, feriado nacional, celebramos a festa da Rainha e Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. Tal devoção, hoje tão popularizada, surgiu na simplicidade da devoção de um povo pobre e humilde. A Virgem Maria, a partir daquela pequenina imagem aparecida nas águas, mais uma vez, colocava-se ao lado dos mais pobres e oprimidos, intercedendo por suas dores.
De fato, a história de Nossa Senhora Aparecida muito nos questiona, ao percebermos o que aquela pesca milagrosa significou para a história do povo brasileiro. Pelas mãos de três pescadores, surgiu um dos símbolos mais belos da cultura e da fé de nosso povo. Mais do que uma imagem, a 12 de outubro de 1717, surgiu vida nova nas águas do Rio Paraíba do Sul.
Surgiu vida nova para um povo oprimido pelas injustiças sociais, assolado pela cruel escravidão e pela áspera realidade da pobreza. Uma imagem quebrada e enegrecida pelo barro da lama nos sugere uma rica simbologia, pois esse é o retrato fiel de milhões de brasileiros de ontem e de hoje. E, então, o Céu nos consola: Maria desce à lama, ao fundo das águas existenciais de uma nação enlameada pelas desigualdades e injustiças sociais.
E essa realidade não ficou no passado, mas mostra quão atual é a mensagem consoladora de Aparecida. A imagem pequenina e restaurada nos ensina a ser um povo que não sabe esmorecer. E mesmo que seja ferido, esmagado e machucado, tal como a imagem da padroeira, é um povo de fé, que sabe renascer.
Nesse sentido, percebemos o quanto a imagem de Aparecida tem a nos ensinar a partir dos misteriosos desígnios de Deus, que exalta os humildes. A imagem de cor negra, pequenina e frágil, tão venerada por esta nação afora, recebe uma coroa ofertada pela Princesa Isabel em 1904, e torna-se a Rainha do Brasil e, em 1930, é proclamada solenemente, pelo Papa Pio XI, a padroeira de nossa pátria.
Muito nos consola a certeza de que a própria Virgem Maria, a Mãe Aparecida, é a Rainha de nosso país. De fato, a história de Maria é a história do povo humilde. É uma história que não terminou. Continua até hoje nas pequenas e nas grandes histórias de tantos brasileiros que sonham com um país melhor, mais unido, pacífico, fraterno e solidário. Ela continua sendo a porta-voz da esperança de um povo!
Que Nossa Senhora derrame muitas bênção sobre todo o Brasil, que a venera como padroeria em sua imagem pequenina, frágil e enegrecida. E que nos confirme em nosso ideal cristão de amar a todos, especialmente os pequeninos e pobres de nossa nação!

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